Juncker diz que UE não pagará fatura do Brexit

  • ECO
  • 3 Outubro 2017

Juncker já tinha assinalado a necessidade de um milagre para que as negociações avancem. O presidente da Comissão Europeia elogia abertura de May, mas exige mais do que palavras.

A União Europeia reiterou, esta terça-feira, que permanecem “grandes divergências” nas negociações em torno do ‘Brexit’, designadamente sobre a “fatura” a pagar pela saída do Reino Unido, rejeitando que a mesma seja paga pelos contribuintes dos restantes 27 Estados-membros.

Na abertura de um debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, sobre o estado das negociações entre UE e Reino Unido para a concretização do ‘Brexit’, tanto o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, como o negociador-chefe da União, Michel Barnier, saudaram o recente discurso da primeira-ministra britânica Theresa May, em Florença, por ter mostrado maior “abertura”, mas apontaram que palavras não bastam e sublinharam as diferenças que subsistem ao fim de seis meses e quatro rondas de negociações.

“Estou satisfeito por a primeira-ministra May e a sua equipa terem reconhecido que o Reino Unido tem obrigações financeiras que deve respeitar. Contudo, o diabo está como sempre nos detalhes, e os contribuintes da UE 27 não devem pagar pela decisão britânica”, advertiu o presidente da Comissão Europeia.

Juncker comentou que o discurso proferido por May em Florença a 22 de setembro passado “foi conciliatório, mas discursos não são posições negociais e resta muito trabalho pela frente”.

“Ainda não fizemos progressos suficientes” a nível dos termos do “divórcio” para se poder avançar para discussões sobre as relações futuras, reiterou o presidente do executivo comunitário.

Jean-Claude Juncker reconheceu que foram realizados “bons progressos a nível dos direitos dos cidadãos”, mas ressalvou que “o indispensável papel do Tribunal de Justiça da UE para garantir esses direitos ainda tem que ser acordado”.

Também Barnier saudou a “abertura” manifestada por May no seu discurso, mas sublinhou que permanecem “divergências sérias, em particular sobre o acordo financeiro”.

“Sobre essa questão, as coisas são simples: não aceitamos pagar a 27 o que foi decidido a 28, é tão simples quanto isso. Os cidadãos não têm que pagar a consequência de uma decisão que não tomaram. Nem mais, nem menos do que isso”, declarou, sendo aplaudido pela assembleia.

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