BCE deve prolongar programa de estímulos
Os analistas preveem que Mario Draghi anuncie o prolongamento do programa de estímulos no final do ano.
Mario Draghi não vai conseguir atingir a meta de inflação que pretende. Por esse motivo, os economistas consultados pela Bloomberg acreditam que o presidente do Banco Central Europeu (BCE) vai ter de manter o programa de estímulos por mais tempo do que o previsto. O anúncio do prolongamento deverá acontecer no final do ano.
Para os economistas, os esforços do presidente do BCE não têm tido os resultados esperados. É muito pouco provável que o programa de compra de dívida leve a inflação a superar 1,5% no segundo trimestre de 2017, altura em que deveria chegar ao fim o programa. 78% dos analistas preveem que o BCE anuncie a extensão do programa: 9 em 10 afirmam que esse anúncio será feito em dezembro.
“O Banco Central tem de pensar por quanto tempo o programa de estímulos deve e pode durar e é muito importante que Draghi seja flexível”, afirma Maxime Sbaihi, especialista da Bloomberg Intelligence. Já o diretor de economia para a Europa do Barclays, Philippe Gudin, diz que “dado o efeito negativo nos bancos, o BCE não deve cortar ainda mais as taxas”, e reafirma que é muito provável a extensão do programa.
A maioria dos economistas que participou no estudo prevê que o abrandamento da compra de ativos começará apenas no segundo semestre do próximo ano. E que o BCE só deve encolher o programa de compra de dívida depois de três meses consecutivos com a inflação nos 1,5%.
O Banco Central tem de pensar por quanto tempo o programa de estímulos deve e pode durar e é muito importante que Draghi seja flexível.
E atingir essa meta não vai ser fácil: num outro inquérito da Bloomberg, os economistas preveem a inflação na Zona Euro nos 1,3% em março de 2018. HolgerSandte, economista da NordeaMarkets, afirma que as opções são manter o programa sem limite de tempo ou cessá-lo imediatamente, sublinhando que “ambos os cenários são irrealistas”.
Em outubro, Mario Draghi afirmou que o programa era flexível o suficiente para permitir atingir o objetivo e contribuir para um ajustamento da inflação abaixo dos 2%, um valor que o BCE não atinge há três anos. O próprio presidente do BCE admitiu que só dentro de ano e meio a dois anos será possível atingir a meta pretendida.
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