Pressão na Catalunha leva CaixaBank e Sabadell a perderem nove mil milhões em depósitos
As duas instituições financeiras catalãs começaram a fazer contas ao impacto da tensão na Catalunha. Ao todo, saíram nove mil milhões de euros do CaixaBank, dono do BPI, e do Sabadell.
Os grandes bancos catalães começam a fazer contas ao impacto da tensão política provocada pelo processo independentista da Catalunha. CaixaBank, dono do BPI, e Sabadell admitem ter perdido cerca de nove mil milhões de euros em depósitos durante a semana após o referendo, com os receios em torno desta questão a levarem os clientes a resgatar o seu dinheiro. Dúvidas que já levaram as duas instituições financeiras a mudarem as suas sedes.
Ao todo, a tensão na Catalunha fez com que saíssem seis mil milhões de euros em depósitos do CaixaBank e os restantes três mil milhões do Sabadell, de acordo com fontes citadas pelo El Confidencial. Se, por um lado, acaba por ser uma espécie de boicote por parte de alguns clientes por não querem ter o seu dinheiro em instituição financeiras catalãs, por outro lado, esta fuga de capital deve-se aos receios de que possa haver um bloqueio ao levantamento dos depósitos. O CaixaBank desmente esta informação.
Estes receios também levaram os dois bancos a mudarem as sedes fiscais. O CaixaBank decidiu sair da Catalunha e mudar-se para Palma de Maiorca, um destino que está ligado às origens do banco — em 1904 foi criada a Caja de Ahorros y Pensiones de Cataluña y Baleares — e pelo facto de as ilhas estarem no âmbito cultural e linguístico catalão. Já o Sabadell vai mudar a sua sede para Alicante, saindo de Barcelona.
O processo independentista da Catalunha entrou num novo momento crítico na sequência da realização, a 1 de outubro, de um referendo pela soberania na região, considerado ilegal pela justiça espanhola. Na consulta — organizada pelo governo regional e dirigido apenas aos catalães, o que contraria a Constituição – o “sim” ganhou com 90% dos votos, mas os resultados não foram certificados por entidades independentes.
A votação ficou marcada por cargas policiais da Guardia Civil e da Polícia Nacional espanhola, que visavam impedir o referendo, uma vez que a grande maioria dos agentes da polícia regional catalã, os Mossos d’Esquadra, não cumpriu uma ordem nesse sentido do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.
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