Marcelo: Solução para indemnizar vítimas de Pedrógão deverá ser decidida em Conselho de Ministros
O Presidente da República afirmou que o Governo e os familiares das vítimas dos fogos de Pedrógão em junho já chegaram a acordo que deverá ser fechado em Conselho de Ministros este sábado.
O Presidente da República afirmou esta sexta aos jornalistas, no Hospital de Viseu, que o Governo e os familiares das vítimas dos fogos de Pedrógão em junho já chegaram a um acordo que deverá ser fechado em Conselho de Ministros este sábado.
“Ontem houve acordo entre familiares das vítimas de Pedrógão e o Governo, e amanhã no Conselho de Ministros deverá encontrar-se uma solução expedita”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, questionado pelos jornalistas sobre a resposta do Governo português às vítimas dos incêndios. O Presidente da República sublinhou a importância da solução encontrada, visto que teve a participação dos envolvidos.
Marcelo Rebelo de Sousa destacou ainda que o ministro do Planeamento e das Infraestruturas Pedro Marques já estivera nas regiões afetadas pelos incêndios mais recentes, no caso, em Viseu, para se reunir com os autarcas, que estavam a fazer o levantamento dos danos para se poder encontrar respostas adequadas.
Nádia Piazza, a presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, já anunciara que o Governo “decidiu assumir as suas responsabilidades relativamente às vítimas mortais de Pedrógão Grande”, após ter em conta “os relatórios da Comissão Técnica Independente e do professor Xavier Viegas e o parecer jurídico do Cenjur [da Presidência do Conselho de Ministros]”.
O Governo pretende “assumir um mecanismo extrajudicial de forma a compensar os danos pelas vítimas mortais, que será mais bem apurado a partir de quinta-feira”, explicou, no final de uma reunião em São Bento com o primeiro-ministro e também a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem.
Este sábado decorre um Conselho de Ministros extraordinário dedicado aos fogos de Pedrógão Grande, em junho, no qual a solução extrajudicial deverá ficar fechada e aprovada.
Marcelo atento aos problemas dos bombeiros
Mais tarde, o Presidente da República foi novamente abordado pelos jornalistas e voltou a remeter os assuntos relacionados com a Proteção Civil para o Conselho de Ministros deste sábado. “Não vou fazer comentários”, disse, “sobre uma matéria que ainda por cima o senhor primeiro-ministro anunciou que é uma das matérias que o Conselho de Ministros vai tratar amanhã”.
“Conhecendo como eu conheço o tipo de desafios que se colocam em termos de Proteção Civil aos bombeiros, quer em intervenções urbanas, quer em intervenções na floresta, e que muitas vezes se ligam, tenho a certeza que isso vai ser tratado no Conselho de Ministros de amanhã”, reiterou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado recordou ainda que os bombeiros “existem todo o ano” e não só no verão, quando ocorrem incêndios florestais. “As pessoas lembram-se deles nestas alturas, mas eles existem todo o ano, com outras missões. Infelizmente há outros problemas que não são só no verão — também existem no inverno. O Presidente da República, como todas as entidades, estão atentas aos seus problemas, às suas necessidades, ao seu estatuto, ao que é preciso fazer para incentivar os bombeiros e cirar melhores condições para os apoiar”, concluiu.
Marcelo sublinha a necessidade de passar uma mensagem positiva
Durante a tarde, Marcelo visitou Seia, no distrito da Guarda, que viu 60% da sua área ardida. O Presidente da República destacou a necessidade de se passarem “mensagens positivas e viradas para o futuro”, mesmo por parte daqueles que estão distantes geograficamente, devem manter essa “solidariedade ativa e importante para o futuro”.
Marcelo afirmou ainda que a sua visita tinha três significados: “Solidariedade, porque estou solidário com todos, compreenderão que haja uma palavra muito especial para os familiares das vítimas mortais, pois essas vidas desaparecidas representam uma perda irreparável; gratidão, pela luta em condições muito difíceis, e a terceira palavra é virada para o futuro”, disse.
"O que tenho encontrado neste universo [dos bombeiros voluntários] é uma capacidade dos homens e das mulheres de resistência física e psíquica excecional. No fundo, há aqui uma ligação tão profunda à missão e à instituição, que realmente é um fenómeno, não diria só português, mas não há muitos países na Europa com esta realidade.”
O Presidente da República ressalvou ainda que a sua mensagem tem sido a mesma, pois compreende a “injustiça daquelas mortes, a revolta e a dor dos momentos iniciais e a força que têm manifestado para começarem a pensar já no dia seguinte e na reconstrução das vidas”. Destacou ainda a disposição do Governo, em “avançar com uma rápida solução que sirva para as vítimas da tragédia de junho e, da mesma forma, para as vítimas da tragédia desta semana”.
(Notícia atualizada às 17h19 com mais declarações do Presidente)
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