Luz mais cara? ERSE alerta que subida depende do fornecedor

  • Lusa
  • 28 Dezembro 2017

Quem está no mercado regulado vai ter uma descida dos preços, mas quem está no liberalizado está a ser confrontado com uma subida. A ERSE alerta que estas alterações dependem apenas dos fornecedores.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) alertou hoje para a “má prática”, que confunde o consumidor quando os comercializadores dizem que a eletricidade vai ser atualizada na sequência das novas tarifas de acesso às redes definidas pelo regulador. Alterações que, segundo o regulador, dependem apenas dos fornecedores. Isto no dia em que a EDP Comercial anunciou que os preços da eletricidade vão aumentar, em média, 2,5% no próximo ano.

“Nota [o consumidor] um aumento e fica confuso, pois a ERSE anunciou uma redução tarifária em Baixa Tensão Normal (consumidores domésticos e pequenos negócios) para 2018”, defende o regulador do setor energético em comunicado.

Neste contexto, a ERSE aconselha os consumidores a consultarem e compararem os preços praticados no mercado de eletricidade, usando os simuladores disponíveis (ERSE, DECO, POUPA ENERGIA e outros) e a mudar para a oferta com condições de preço mais adequadas ao seu consumo.

“Nota [o consumidor] um aumento e fica confuso, pois a ERSE anunciou uma redução tarifária em Baixa Tensão Normal (consumidores domésticos e pequenos negócios) para 2018.

Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos

A ERSE esclarece que apenas fixa as tarifas para o mercado regulado, que vão ter uma redução de 0,2% em 2018, e que no mercado livre, “os comercializadores só incorporam no preço as Tarifas de Acesso às Redes fixadas pela ERSE que, em 2018, se reduziram em -4,4%”.

Assim, “as restantes componentes do preço (energia e comercialização), refletem os custos do próprio comercializador e o preço a que compram a energia no mercado grossista. A decisão de redução ou aumento é uma estratégia comercial do seu fornecedor”.

O Governo solicitou esta quinta-feira de manhã à ERSE informação e análise sobre a existência de empresas em mercado livre a aumentar preços da eletricidade “em outras componentes que não a do custo unitário de energia”.

Na sequência de uma notícia da SIC, que dá conta do aumento do preço da eletricidade pela EDP Comercial, empresa que opera no mercado liberalizado, em contraciclo com a descida de 0,2% nas tarifas reguladas no próximo ano, o gabinete do secretário de Estado da Energia enviou uma carta à presidente da ERSE, em que solicita também “análise e eventual proposta de atuação no caso de a situação referida corresponder a alguma ação concertada”.

Na carta enviada esta manhã à ERSE, a que a Lusa teve acesso, Jorge Seguro Sanches admite a possibilidade de ser necessário “proceder à revisão de quaisquer normas legais ou regulamentares no sentido de os consumidores possam efetivamente beneficiar da descida das tarifas aprovadas para 2018”.

O Governo informa ainda que determinou à Adene – Agência para a Energia que desenvolva, com urgência, uma campanha de informação, pedindo ao regulador que transmita “quais os aspetos mais relevantes que devem ser comunicados, por essa campanha de informação, aos consumidores e para que tenham acesso sempre às tarifas mais baixas do mercado”.

Confrontado com esta carta, o presidente da EDP Comercial, Miguel Stilwell, disse desconhecer o conteúdo da missiva realçando apenas que a empresa que lidera opera em mercado livre.

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