Anacom quer auditoria ao sistema de chips que controla tempo de entrega das cartas dos CTT
Depois das acusações dos sindicatos de que havia interferência dos CTT nas cartas teste que a Anacom usa para controlar qualidade do serviço, Cadete de Matos prometeu uma auditoria ao sistema.
A Anacom quer uma auditoria rigorosa ao sistema de chips que é utilizado pela PwC no controlo da entrega de cartas por parte dos CTT, isto depois das acusações lançadas esta manhã pelos sindicatos que foram ao Parlamento debater a situação na empresa de correios. “Temos de ter um sistema acima de qualquer suspeição”, disse João Cadete de Matos, presidente do regulador, depois de confrontado pelo deputado do PCP sobre as suspeitas de que funcionários dos CTT sabiam quais as cartas que usadas como teste na avaliação do serviço universal prestado pela empresa liderada por Francisco Lacerda.
“O sistema que vigorou em 2016 tem de ser rigorosamente auditado e temos de ter conclusões sobre a forma como o sistema funcionou, quais as suas fragilidades, quais as violações que possam ter havido nas regras. Isso tem de ser cabalmente esclarecido. Foi isso que pedimos à Grant Thonron que está a auditar a PwC”, declarou Cadete de Matos esta tarde.
O presidente do regulador adiantou que também a Anacom vai proceder a essa fiscalização do sistema de dispositivos eletrónicos que são colocados em cartas teste e que ajudam a perceber quanto tempo é que demora a chegar ao destino. “Perante estas acusações, disse ao presidente dos CTT e à PwC que se tinha de ter a partir de agora um sistema acima de qualquer suspeita“, disse Cadete de Matos.
O sistema que vigorou em 2016 tem de ser rigorosamente auditado e temos de ter conclusões sobre a forma como o sistema funcionou, quais as suas fragilidades, quais as violações que possam ter havido nas regras. Isso tem de ser cabalmente esclarecido. Foi isso que pedimos à Grant Thonron que está a auditar a PwC.
“Portanto, quer com os indicadores que ainda vão estar em vigor enquanto não entrar o novo sistema, quer com o novo sistema, é obrigatório evitar qualquer possibilidade de interferência dos CTT no teste“, frisou o responsável.
Cadete de Matos declarou que a “amostra e a certificação têm de ser anónimas” para que a avaliação à atividade dos CTT seja eficaz. “É elementar do ponto de vista do controlo da qualidade” dos serviços dos correios, precisou.
Na mesma resposta ao deputado comunista Bruno Dias, João Cadete de Matos adiantou ainda que teve uma reunião com a PwC, na qual foi transmitida a possibilidade de se avançar com “soluções tecnológicas” que permitiriam assegurar com fiabilidade este controlo e “sem hipótese de os CTT terem conhecimento dos objetos postais do teste”.
“Se isso for possível, com certeza que é uma solução bem-vinda”, referiu ainda.
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