Quatro fundos na short list para comprar imóveis da Fidelidade. Seguradora quer encaixar mais de 400 milhões
Três fundos estrangeiros e um português são os interessados nos 277 imóveis que a seguradora tem à venda. Com esta operação, espera encaixar mais de 400 milhões de euros.
A Fidelidade pôs a placa de “vende-se” em 277 imóveis… e já tem uma short list de quatro potenciais compradores. São três fundos estrangeiros e um português que vão agora ter acesso a informação detalhada sobre as carteiras para, depois, apresentarem ofertas vinculativas, sabe o ECO. Isto numa operação que deve render mais de 400 milhões de euros à seguradora liderada por Jorge Magalhães Correia, e que vai contribuir para o reforço da solvência e facilitar o investimento noutros projetos.
As norte-americanas Oaktree Capital Management e Apollo Global Management, o fundo europeu Orion Capital Managers e a portuguesa Coporgest foram as escolhidas pela Fidelidade para apresentarem as propostas finais, apurou o ECO. Os interessados tinham até 17 de novembro para fazerem uma avaliação preliminar e apresentarem as suas ofertas de compra não vinculativas. Nesta primeira fase houve mais de uma dezena de interessados, sendo que só estes quatro fundos passaram à short list.
Nesta operação, a Fidelidade não está apenas a analisar o valor oferecido por estes potenciais compradores. A seguradora quer afastar os investidores que pretendem apenas ter acesso a dados confidenciais relacionados com os imóveis à venda, procurando garantir que fecha o negócio com um fundo que já está no mercado português ou tem parcerias com imobiliárias.
Com esta venda, que deve estar concluída até ao final do primeiro semestre, a seguradora espera aumentar o seu nível de solvência para a marca dos 150% a 160% (fruto do encaixe de mais de 400 milhões de euros), contra os atuais 140%, de modo a melhorar a sua capacidade de financiamento. Quanto melhor for o nível de solvência, melhor será a avaliação de risco feita pelos investidores, permitindo à empresa financiar-se a custos inferiores.
Metade dos imóveis são em Lisboa
Mais de metade (51%) dos ativos estão localizados em Lisboa e 12% no Porto. Os restantes estão espalhados um pouco por todo o país, incluindo os arquipélagos dos Açores e da Madeira. Muitos destes imóveis ainda estão em propriedade vertical. De fora, ficam os edifícios que estão ao serviço da própria Fidelidade e da sua rede de distribuição (lojas e mediadores).
“Há muitos ativos bons para desenvolvimento imobiliário”, área em que a Fidelidade não tem competências específicas, diz Jorge Magalhães Correia, presidente da seguradora. Paralelamente a esta operação, a seguradora adotará uma nova estratégia de investimento imobiliário, focada em edifícios emblemáticos e de maior dimensão. A Fidelidade está, além disso, a constituir uma sociedade gestora de ativos imobiliários para profissionalizar ainda mais a gestão desses ativos.
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