Além das cartas, também o negócio dos certificados corre mal aos CTT
Portugueses estão a subscrever cada vez menos certificados aos balcões dos correios. Analistas prevêem queda de 12% nas receitas dos CTT com comissões de comercialização dos produtos do Estado.
Não é apenas o negócio da distribuição de cartas que está a correr mal aos CTT. Também a comercialização dos certificados do Estado, um produto com forte tradição nos balcões dos correios, está a registar uma forte deterioração neste início de ano. E promete ser uma dor de cabeça para Francisco Lacerda. Mais uma.
A subscrição líquida de certificados de aforro e certificados do Tesouro ficou-se apenas pelos 95 milhões de euros em janeiro. Isto representa uma quebra de 67% face a janeiro do ano passado e representa mais uma ameaça às receitas dos CTT CTT 0,00% , que lucram com as comissões associadas à comercialização destes títulos de poupança do Estado: a empresa recebe comissões com subscrições brutas, resgates e stock.
“Embora se reconheça que os dados de apenas um mês não devam ser extrapolados para os restantes 11 meses, o primeiro mês de 2018 revelou um início muito fraco em termos de subscrições de dívida para o retalho”, reconhecem os analistas do CaixaBank BPI numa nota de análise, que não auguram um bom ano para os CTT com este negócio.
“Para 2018, estamos a assumir uma queda de 12% com as comissões destes produtos de dívida a retalho perante uma expectável diminuição do montante de subscrições por causa do aumento da concorrência de outros operadores, dos outros produtos de retalho (incluindo Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável) e das taxas de juro mais baixas oferecidas pelos novos certificados do Tesouro”, contextualiza a equipa de research daquele banco.
Para 2018, estamos a assumir uma queda de 12% com as comissões destes produtos de dívida a retalho perante uma expectável diminuição do montante de subscrições por causa do aumento da concorrência de outros produtos de retalho (incluindo Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável) e das taxas de juro mais baixas oferecidas pelos novos certificados do Tesouro.
De acordo com o último contrato celebrado com o IGCP, cada produto tem uma diferente lógica de comissionamento. Nos certificados de aforro (representam 44% do stock), os CTT recebem comissões com subscrições brutas, resgates e stock. Quanto aos certificados do Tesouro, o operador postal recebe comissões apenas com subscrições e resgates.
Portugueses subscrevem menos certificados
Fonte: Banco de Portugal
Menos comissões vão significar menos receita para os CTT no segmento dos Serviços Financeiros, que contam para quase 10% do volume global de receitas da empresa Entre janeiro e setembro do ano passado, o negócio neste segmento estava a cair 9,7% para os 48,2 milhões de euros.
Lacerda presta contas no próximo dia 6 de março. E já se sabe que não vêm aí grandes notícias, assumindo o desempenho dos CTT nos primeiros nove meses do ano e o qual denotava uma redução da atividade de distribuição de correio postal: recuava quase 2%. Os analistas sondados pela Reuters esperam que 2017 tenham terminado com uma redução de 27% do lucro para os 46 milhões de euros.
Por causa da deterioração das contas, a administração anunciou no final do ano passado um plano de reestruturação que vai levar à saída de 800 trabalhadores até 2020 e ao encerramento de pelo menos 22 lojas. O objetivo passo por alcançar poupanças de 45 milhões.
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