Antral apresenta queixa contra secretário de Estado e ministro do Ambiente
Taxistas prometeram mais protestos e vão apresentar uma queixa contra o secretário de Estado e o ministro do Ambiente por “promoverem o risco dos cidadãos” ao permitirem plataformas como a Uber.
A associação Antral anunciou esta terça-feira que vai apresentar “uma queixa” judicial contra o secretário de Estado e o ministro do Ambiente por “promoverem o risco dos cidadãos” ao permitirem o funcionamento das plataformas eletrónicas de transporte sem regulamentação apropriada.
A Associação Nacional de Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros (Antral), que representa taxistas, não especificou qual o tipo de queixa que vai apresentar contra o ministro João Matos Fernandes e o secretário de Estado José Mendes, nem quando será entregue.
“Estamos fartos de ser denegridos por este senhor secretário de Estado. O ministro tem de tomar uma posição”, disse, em conferência de imprensa, em Lisboa, o dirigente da Antral, Florêncio Almeida. A associação considera que os dois governantes “estão a pôr em causa a segurança das pessoas”.
Estamos fartos de ser denegridos por este senhor secretário de Estado. O ministro tem de tomar uma posição. Estão a pôr em causa a segurança das pessoas.
A ANTRAL assume que tem novos protestos programados, mas não indicou quais.
A proposta do Governo para regulamentar a atividade de plataformas como a Uber, Cabify, Taxify e Chofer deu entrada em janeiro de 2017 no parlamento e foi discutida em 17 de março desse ano em plenário, tendo baixado à comissão para debate na especialidade sem votação.
A votação na especialidade foi adiada duas vezes potestativamente nas últimas três semanas, primeiro pelo PS, a 22 de fevereiro, para alcançar “consensos”, e depois pelo PCP, com o apoio de BE e PAN, em 8 de março, por forma a permitir analisar com mais tempo as propostas que PSD e PS entregaram no início dessa reunião, após “48 horas” de “diálogo”.
O setor do táxi defendeu desde sempre que a lei que viesse regulamentar a atividade de transporte de passageiros em veículos descaracterizados abordasse a contingentação, num modelo perto daquele que é seguido pelos táxis, mas este ponto que não foi aceite pela maioria dos partidos.
Só o PCP e o BE defendiam a fixação de contingentes pelos municípios para estas viaturas e com uma periodicidade não inferior a cinco anos, indo de encontro às reivindicações da Federação Portuguesa do Táxi e da ANTRAL, que não abdicam da contingentação.
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