PSD quer que Governo proíba entrada da Santa Casa no Montepio
“Nós pensamos que o Governo está a andar mal quando autoriza que a Santa Casa possa entrar no capital do Montepio e, por isso, entregaremos hoje mesmo um projeto de resolução", disse Adão Silva.
O PSD vai entregar esta sexta-feira no Parlamento um projeto de resolução que pede ao Governo que proíba a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) no capital de Montepio Geral, reiterando a sua posição contra esta operação.
“O PSD é contra a possibilidade de a SCML pôr dinheiro, comprar capital, do Montepio Geral, não entendemos esta obstinação do senhor provedor da SCML em entrar no capital do Montepio”, criticou o vice-presidente da bancada do PSD, Adão Silva, em declarações aos jornalistas no Parlamento. O deputado do PSD salientou que o Governo “tem tido uma posição de concordância” quanto a esta operação, o que classificou como “inaceitável”.
“Pensamos que o Governo está a andar mal quando autoriza que a Santa Casa possa entrar no capital do Montepio e, por isso, entregaremos hoje mesmo no Parlamento um projeto de resolução que recomenda ao Governo que proíba a SCML de entrar no capital dos bancos e, no caso vertente, do Montepio Geral”, anunciou Adão Silva. Os projetos de resolução não têm força de lei, sendo apenas recomendações ao Governo.
Em entrevista hoje à TSF e ao Diário de Notícias, o provedor da instituição, Edmundo Martinho, confirmou que a SCML vai entrar no capital da Caixa Económica do Montepio Geral.
O provedor da SCML adiantou que o negócio será fechado nas próximas semanas e “entrará numa dimensão que está em linha com o que a própria associação mutualista decidiu na semana passada de autorizar a direção da mutualista a alienar até 2% do seu capital”.
De acordo com a TSF, a Santa Casa não vai entrar sozinha naqueles 2%, avançando com outras misericórdias e Instituições Particulares de Segurança Social (IPSS) para alcançar o investimento necessário, sendo que o valor a entregar pela SCML pode chegar no máximo aos 30 milhões de euros, ou seja 4% do ativo da instituição.
CDS também admite iniciativa para que Parlamento trave operação
O CDS-PP anunciou que vai pedir esclarecimentos ao Governo sobre a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) no capital do Montepio, admitindo avançar depois com uma iniciativa legislativa que permita ao Parlamento travar o negócio.
“Para o CDS-PP, é fundamental que o Governo assuma as suas responsabilidades e não se esconda atrás da Santa Casa. Hoje mesmo, apresentaremos uma questão ao Governo pedindo que assuma se se reconhece ou não nesta avaliação que está subjacente a uma decisão que para nós continua a ser incompreensível”, afirmou o deputado do CDS-PP Filipe Anacoreta Correia, em declarações aos jornalistas no Parlamento.
Para o CDS-PP, é fundamental que o Governo assuma as suas responsabilidades e não se esconda atrás da Santa Casa.
Depois, explicou, se o Governo não conseguir “demonstrar a racionalidade social ou financeira” da decisão, o CDS entende que há condições para que a operação possa ser “impedida, vetada” pela Assembleia da República.
“Apresentaremos uma proposta, uma iniciativa legislativa, para que os partidos possam impedir que dinheiro da Santa Casa possa ser destinado para um investimento que ainda não compreendemos qual o interesse subjacente, nem para a Misericórdia nem para as pessoas que são por ela apoiadas”, assegurou o democrata-cristão.
(Notícia atualizada com a reação do CDS)
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