Dívida pública está a crescer. Governo reforça almofada para pagar grande reembolso de junho

Dívida pública está novamente a crescer, mas Governo diz que não há razão para alarme. Tesouro português está a encher os cofres do Estado para devolver 6,6 mil milhões aos mercados já em junho.

Vem aí um grande reembolso de dívida ao mercado. E o Governo já está a encher os cofres do Estado para proceder à devolução de 6,6 mil milhões de euros em obrigações do Tesouro que vencem em junho próximo, disse ao ECO o Ministério das Finanças. Ou seja, a dívida aumenta agora, mas deverá cair no início do verão.

A dívida pública registou em fevereiro o maior aumento em quase um ano. Foram mais 2,4 mil milhões de euros que elevaram o total do endividamento bruto do Estado e administrações públicas para os 246 mil milhões de euros, o valor mais elevado desde setembro. Mas esse aumento tem uma explicação.

Dentro de dois meses vence uma linha de obrigações do Tesouro a dez anos que paga um cupão anual generoso de 4,45% e o montante a devolver aos investidores é significativo: 6.642 milhões de euros que têm de ser pagos sem falta no dia 15 de junho. E é por isso que o Governo está a endividar-se agora para pagar mais tarde.

De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal, a almofada financeira aumentou 2,2 mil milhões de euros em fevereiro. Há agora nos cofres públicos 22,3 mil milhões de euros.

Questionado pelo ECO, o Ministério das Finanças adiantou que “durante o primeiro trimestre de 2018 antecipa-se um ligeiro aumento da dívida bruta, consistente com a estratégia de financiamento para este ano, mas sem impacto na dívida líquida”. E explica: “Isto é, haverá um aumento proporcional dos depósitos, que será revertido em junho, com a amortização da linha de obrigações do Tesouro que vence nesse mês e cujo saldo vivo ascende a 6,6 mil milhões de euros”.

Dívida pública aumenta em fevereiro

Fonte: Banco de Portugal

O Banco de Portugal explicou que o aumento da dívida pública em fevereiro se deveu aos leilões de títulos de dívida do Estado que reforçaram os depósitos públicos: nesse mês, o Tesouro português levantou 1.250 milhões de euros em obrigações a cinco e dez anos e 1.100 milhões em bilhetes de curto prazo — sendo que, ao contrário dos meses anteriores, desta vez não houve devoluções antecipadas ao Fundo Monetário Internacional.

Já em março o IGCP voltou ao mercado: conseguiu 1.250 milhões em obrigações a dez anos e 27 anos. Outros 1.250 foram levantados em bilhetes do Tesouro, mas neste caso o dinheiro serviu para pagar uma linha de 2.667 milhões de euros que venceu em março.

É com base neste roll over da dívida pública que o instituto liderado por Cristina Casalinho procura baixar os encargos com o serviço da dívida. Espera que o custo do endividamento do Estado baixe dos 3% em 2017 para os 2,8% este ano.

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