Quer maximizar o seu reembolso do IRS? Siga estas 7 dicas
Quer maximizar o reembolso do IRS ou pelo menos minimizar a fatura que terá de pagar? O ECO dá-lhe sete dicas para obter a tributação mais favorável.
Agora que o tiro de partida da entrega do IRS já foi disparado, vale a pena ficar a conhecer algumas dicas para que consiga potencializar o reembolso, ou reduzir a fatura do imposto. Apesar de não existir uma fórmula mágica, há alguns pormenores que merecem atenção na hora de entregar a declaração fiscal.
Ponderação, mas também verificação, são as palavras de ordem neste processo. Quem o diz é Luís Leon, partner da Deloitte e especialista em planeamento fiscal na área dos impostos pessoais. Manuel Faustino, antigo diretor do IRS na então Direção-Geral dos Impostos, reforça a ideia: “O IRS é um imposto cada vez mais carregado de pequenas nuances”.
Verificar se está a fazer todas as deduções possíveis e aproveitar os benefícios fiscais existentes, “justificar” os outros tipos de rendimentos que está a declarar com as despesas que os geraram, ponderar o englobamento dos rendimentos prediais e capitais e ter a certeza que a entrega é feita de forma conjunta são algumas das dicas avançadas pelos especialistas. Conheça-as.
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Simulações nunca são demais
“Cada caso é um caso no IRS”, salienta Manuel Faustino. O fiscalista explica que é prudente fazer várias simulações, experimentando, deste modo, as muitas combinações de, por exemplo, taxas especiais para que se consiga o resultado mais vantajoso. Faustino conta que, no ano passado, conseguiu com este método fazer uma fatura de três mil euros passar a uma de mil euros. “As soluções não se podem consignar genericamente”, reforça, apelando, por isso, ao estudo de todos os cenários possíveis para que se chegue ao mais favorável.
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Verifique todas as deduções
O segundo passo para que os contribuintes consigam potencializar o reembolso do IRS passa, segundo o partner da Deloitte, por verificar (mais uma vez) que todas as deduções de que se possa beneficiar estão efetivamente a ser desfrutadas. O consultor aconselha um novo passeio atento pela plataforma do e-Fatura para que nada lhe passe despercebido.
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Pisque o olho aos benefícios fiscais
Além de estar atento às deduções acima referidas, é importante não esquecer os benefícios fiscais existentes no IRS. “Infelizmente, não há muitos”, considera Manuel Faustino, que aponta dois casos em que se registam vantagens: fazer um PPR pode ser sinónimo de alguma poupança (maior reembolso ou menor fatura); por outro lado, fazer uma aplicação financeira a oito anos e um dia será mais favorável do que uma a cinco anos, no que diz respeito à tributação final.
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Tributação conjunta ou separada?
No sistema automático de entrega das declarações do IRS, o Estado assume como padrão a entrega em separado, mesmo que esteja em causa um casal, o que pode levar o contribuinte a perder centenas ou mesmo milhares de euros.
É, por isso, importante verificar as vantagens de uma entrega conjunta. “Convém os casais fazerem as suas contas”, sublinha Leon. O especialista reforça que também os casais em união de facto há pelo menos dois anos podem usufruir desta modalidade. “A apresentação conjunta é sempre mais favorável do que a separada, sejam os rendimentos baixos ou altos”, corrobora Manuel Faustino.
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“Justifique” outros tipos de rendimentos
Por detrás de cada grande rendimento, há uma grande despesa. Tem outros tipos de rendimentos a declarar? Então tenha também particular atenção às despesas que está a apresentar, para que consiga maximizar o reembolso que lhe será devido. Luís Leon dá como exemplo os rendimentos prediais, salientando que nesse caso é fundamental declarar o Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI) e todo o tipo de obras realizadas nessas propriedades, isto é, “todas as despesas que foram necessárias para que se gerasse aquele rendimento”.
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Englobamento ou não. Eis a questão
Englobar rendimentos não é mais do que aglomerar vários rendimentos num mesmo para serem tributados à mesma taxa. No caso dos rendimentos capitais e prediais, significa trocar a taxa fixa de 28% pela taxa aplicável a cada categoria de rendimento, podendo chegar aos 48%. De acordo com o partner da Deloitte, esta pode ser, contudo, uma decisão particularmente vantajosa para os contribuintes “com rendimentos mais baixos”. Destaque-se que, com a reforma do IRS, os contribuintes terão apenas de englobar todos os rendimentos de uma mesma categoria.
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As vantagens dos pacientes
No IRS, como na vida, esperar pode trazer vantagens estratégicas. Entre as escolhas que não têm efeitos imediatos, mas se revelam positivas a médio prazo, está o englobamento dos valores imobiliários e capitais, assinala Manuel Faustino.
O fiscalista exemplifica: se vendeu ações em 2016, teve menos valias e não optou pelo englobamento, essas menos valias foram para as taxas especiais. Se no ano seguinte, teve mais-valias, receberá uma fatura sobre esses ganhos. Já se tivesse optado pelo englobamento no ano em que tinha tido menos valias, as mais valias de 2017 seriam agora “anuladas pela declaração anterior e não havia nada a pagar. “No englobamento, as menos valias ficam guardadas e podem ser reportadas nos cinco anos seguintes”, esclarece o fiscalista.
Portanto, armar-se de “um conhecimento profundo do código”, simular os diversas cenários e ser estratégico (pensando mesmo no futuro) são as chaves para que obtenha o resultado mais favorável, no que diz respeito à sua declaração do IRS.
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