Centeno: Governo “não promete mais do que aquilo que a perna pode avançar”
O ministro das Finanças diz que "toda a política económica e orçamental é de um grande realismo". E que vai no sentido "de não prometer mais do que aquilo que a perna pode avançar".
O Governo prepara-se para rever em alta o crescimento económico para 2,3%. Uma projeção “conservadora”, realçou Mário Centeno no final da reunião da concertação social, onde garantiu que toda a estratégia económica e orçamental adotada pelo Governo de António Costa é de um “grande realismo” e cautela, no sentido de não apresentar medidas que não são depois cumpridas.
“A economia vai crescer mais do que a média da Zona Euro. Temos projeções muito positivas para esta evolução”, afirma Mário Centeno depois de estar reunido com os parceiros sociais, salientando, contudo que estas estimativas “são conservadoras”. Ou seja, explica o ministro das Finanças, são “equilibradas e realistas face aquilo que é possível existir também no contexto orçamental”.
"É sabido que a estratégia que este Governo definiu para toda a política económica e orçamental é de um grande realismo e de não prometer mais do que aquilo que a perna pode avançar.”
“É sabido que a estratégia que este Governo definiu para toda a política económica e orçamental é de um grande realismo e de não prometer mais do que aquilo que a perna pode avançar”, acrescenta ainda Centeno. Para o ministro, este orçamento é equilibrado por “acompanhar o crescimento económico e por trazer boas notícias do ponto de vista daquilo que é a trajetória de equilíbrio das contas pública”.
Além disso, está “em implementação o descongelamento salarial na administração pública e há uma projeção de reforço muito substancial das componentes de despesa que são essenciais ao bom funcionamento da administração pública e valorização das carreiras”.
O Governo prepara-se para rever em baixa a meta do défice para este ano, apesar de prever mais crescimento económico do que em outubro quando entregou no Parlamento o Orçamento do Estado para 2018. Como avançou o ECO, os cálculos preliminares do Executivo apontam agora para um défice de 0,7% e um crescimento do PIB de 2,3%. Estes objetivos fazem parte da versão preliminar do Programa de Estabilidade que será enviado à Assembleia da República a 13 de abril, no qual o Governo aponta também para um défice de quase zero em 2019.
Trajetória de redução da dívida é para continuar
“Vamos manter a trajetória de redução da dívida que estava prevista no Programa de Estabilidade”, afirma ainda Mário Centeno no final da reunião com os parceiros sociais. O ministro das Finanças explica que isto acontecerá através de dois mecanismos, nomeadamente da existência de saldos primários positivos. “Atingiu 3% em 2017 e é a principal fonte de redução do rácio da dívida no PIB. Isto vai manter-se ao longo do horizonte do Programa de Estabilidade. É crucial para as sustentabilidade das contas públicas.”
Além disso, o “crescimento da economia e a redução da taxa média de juro que a administração pública paga pela dívida vão manter-se nos próximos anos. É um contributo adicional para a redução do rácio da dívida no PIB”, remata o ministro das Finanças.
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