Mariana Mortágua: Governo esteve na “vertigem da minoria absoluta”
A deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, defendeu que um Governo gerido a partir do Ministério das Finanças nunca será bem gerido. PS esteve na "vertigem" de uma "minoria absoluta".
Mariana Mortágua considerou que o Governo esteve na “vertigem da minoria absoluta” e disse que, “se o Governo for gerido a partir do Ministério das Finanças, então será sempre mal gerido”. Em entrevista ao Diário de Notícias e TSF, a deputada bloquista explicou que um ministro das Finanças “não tem capacidade para tomar decisões que são importantes em cada setor”.
Assim, se “todos forem ‘Centeno’, então a gestão financeira desse Governo é errada”, disse, brincando com a frase do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que disse que, neste Governo, ‘todos são Centeno’.
Em causa está o Programa de Estabilidade, que “propõe um défice de 0,7%, ao contrário dos 1,1% que estavam no Orçamento para 2018”. Mariana Mortágua dá voz às críticas que têm vindo a surgir neste, que é um dos partidos que apoiam o Governo. Desta feita, na entrevista, a deputada foi perentória: a revisão em baixa do défice “é um erro”.
“Nós entendemos que se o crescimento económico (porque há uma estratégia que está a resultar) produz folga orçamental, essa folga tem de ser usada para fazer agora investimentos que não podem ser adiados. É um erro não o fazer e querer adiar investimentos de que o país precisa hoje”, sublinhou Mariana Mortágua.
"Se o Governo for gerido a partir do Ministério das Finanças, então será sempre mal gerido.”
PS tem de “fazer as suas escolhas políticas”
Sobre o futuro do Governo do PS, a deputada bloquista endureceu a posição e disse que os socialistas estiveram na “vertigem da minoria absoluta” nesta última semana.
“O que determina maiorias políticas são ideias políticas, ideias para o país, mas acho que o PS, na última semana, quando mudou de posição sobre as reformas antecipadas e o programa das reformas antecipadas, quando anunciou que não haveria aumentos na função pública ou, pelo menos, tentou testar negativamente essa proposta, ou quando alterou as metas do défice, mostrou-nos um PS na vertigem da minoria absoluta”, afirmou.
Sobre a relação mantida pelo Governo socialista com o PSD de Rui Rio, Mariana Mortágua indicou que os socialistas têm “de fazer as suas escolhas políticas”. Na visão da deputada, esse “tipo de escolhas” são, por exemplo: “o que queremos do SNS, da legislação laboral, da forma como estruturamos os apoios sociais, da política de investimentos, do setor público e até onde é que ele deve ir, o que queremos do controlo de setores estratégicos”.”Estas escolhas são essenciais para o futuro do país, são escolhas que definem qualquer partido politicamente”, frisou.
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