Facebook estuda a hipótese de ter uma versão paga
Se pudesse pagar para não ter publicidade no Facebook, pagava? A rede social está a estudar a hipótese de lançar uma nova versão, opcional, para quem valoriza mais a privacidade.
O Facebook está a explorar a hipótese de lançar uma versão paga da rede social, sem publicidade, para quem não queira ver os seus dados pessoais serem usados para segmentar anúncios. Esta possibilidade já foi tida em conta no passado, mas a polémica recente do uso indevido de dados dos utilizadores por uma consultora norte-americana motivou a empresa a voltar a testar a viabilidade deste cenário.
Um modelo do Facebook por subscrição permitiria à rede social de Mark Zuckerberg cativar os utilizadores que tenham mais reservas em relação à privacidade dos dados pessoais, explica a agência Bloomberg, que avançou a notícia citando fontes que conhecem os planos da empresa. Para já, nenhuma decisão está tomada e não é certo que a rede social vá mesmo implementar um modelo pago em troca de retirar a publicidade da plataforma.
A avançar, é quase certo que o modelo atual, gratuito e com publicidade, vai continuar a ser uma opção à disposição dos utilizadores que não queiram pagar. Aliás, foi o que disse Mark Zuckerberg durante uma das duas audições no Congresso motivadas pela polémica do uso de dados de 87 milhões de utilizadores pela consultora Cambridge Analytica: “Vai sempre haver uma versão gratuita do Facebook”.
Também a número dois da empresa, Sheryl Sandberg, que é administradora com o pelouro operacional, tem vindo a falar deste assunto. “Certamente que já pensámos em muitas outras formas de gerar receita, incluindo as subscrições, e estamos sempre a considerar todos os cenários”, disse no passado, citada pela mesma agência. Desconhece-se quanto poderá custar uma eventual subscrição do Facebook caso a rede social decida mesmo avançar com este novo modelo.
O Facebook recolhe grandes quantidades de dados dos utilizadores e usa-os, entre outras coisas, para apresentar anúncios com base nos interesses das pessoas. Ou seja, a publicidade torna-se mais relevante para os utilizadores, tendo ainda uma maior probabilidade de produzir o efeito pretendido. Mas o sentimento dos consumidores tem vindo a mudar.
Os dados pessoais são cada vez mais valorizados, até numa perspetiva de privacidade. Houve utilizadores que se sentiram mais afetados pelo uso indevido de dados que foi conhecido em março, tendo sido criado um movimento que incentivava as pessoas a boicotarem a rede social, apagando as suas contas. Algumas empresas de grande alcance e dimensão escolheram esta via. Foi o caso da Tesla, da SpaceX e da revista Playboy.
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