Comprar 100% da EDP custa cerca de oito mil milhões à China
Um consórcio chinês está a preparar-se para lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) à EDP. A China Three Gorges e a CNIC já têm 28%. Comprar o resto custará cerca de oito mil milhões.
A China Three Gorges e CNIC farão parte de um consórcio chinês que se prepara para lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a Energias de Portugal (EDP). Juntos, já têm mais de 28% do capital da empresa liderada por António Mexia, sendo que ao preço atual de mercado a compra da totalidade das restantes ações poderá custar cerca de oito mil milhões de euros. E ainda mais com a EDP Renováveis.
A China Three Gorges detém 23,27% do capital da EDP. A CNIC tem mais 4,98%, tendo ambas as empresas estatais chinesas reforçado a sua posição no capital da elétrica durante o ano passado. Enquanto a CTG comprou mais 182 milhões de títulos a 2,9637 euros, cada, a CNIC elevou a participação de 3% para quase 5%, não se sabendo o valor de compra destes títulos.
Chineses têm 28% da EDP
Os 2,9637 euros serão o mínimo a pagar pelos títulos numa OPA à EDP, já que foi esse o valor pago no reforço. Entretanto, as ações da empresa têm valorizado, tendo encerrado a última sessão a valorizar 0,75% para 3,11 euros. Com esta cotação, a EDP está avaliada em bolsa num total de 11,37 mil milhões de euros.
Ações da EDP em alta
A participação chinesa está avaliada em 2,62 mil milhões de euros, sendo que comprar os restantes títulos ao atual preço de mercado obrigaria a um esforço financeiro de 8,16 mil milhões de euros. Comprando, este consórcio iria igualmente assumir o valor da dívida da EDP. No final do primeiro trimestre, a EDP apresentava uma dívida líquida de 13,8 mil milhões de euros.
Além dos cerca de oito mil milhões de euros para ficar com a restante participação no capital da EDP, o consórcio teria, sendo bem-sucedido, de pagar mais 983 milhões de euros pela EDP Renováveis. É que a elétrica detém 82,6% do capital da empresa liderada por Manso Neto, ficando a faltar 17,4% para os 100%. O Código de Valores Mobiliários obrigaria, depois, a uma OPA sobre o remanescente do capital da empresa de energias verdes perante a nova posição de controlo.
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