Três razões para a escalada do BCP. Subiu 13% em sete dias
Depois de queda atrás de queda, o BCP tem vindo a recuperar. Não é uma, nem duas ou três sessões de ganhos. Vai em sete sessões consecutivas a subir. Já ganha 13%.
O BCP não para de subir. Desde que atingiram mínimos, os títulos do banco encetaram uma forte valorização. São já sete sessões consecutivas de ganhos em bolsa. Há um movimento de recuperação, mas também um sinal de confiança dos investidores numa nova gestão que se compromete em aumentar a rentabilidade do banco. Com lucros, há dividendos à espreita.
A correção dos mínimos de setembro, mas também a distribuição de resultados não são, contudo, as únicas explicações para esta evolução das ações do banco que acabou de mudar de gestão. O BCE também está a ajudar.
Conheça, em detalhe, três motivos para a subida dos títulos do banco.
BCP recupera após mínimos
O banco tocou os 23,92 cêntimos na semana passada. Chegou a um mínimo de setembro de 2017. Em cinco dias, o valor de mercado do BCP emagreceu 650 milhões de euros por causa da instabilidade política em Espanha e Itália.
A tensão nos mercados ditou uma desvalorização de 15,3% dos títulos num curto espaço de tempo. Por norma, depois de um mínimo, os títulos tendem a recuperar. E foi o que aconteceu no caso do BCP.
As ações terminaram a sessão desta quinta-feira em alta de 0,56% para 27,05 cêntimos. Chegaram a cotar nos 27,42 cêntimos por ação, o que representou uma valorização acumulada de quase 15%. O saldo destas sete sessões de ganhos está em 13%.
Ações do BCP estão a recuperar 13% desde mínimos de setembro
BCP promete dividendos. Sonangol diz que “seria muito bom”
A ajudar à recuperação têm estado as perspetivas dos investidores para a evolução do negócio do banco, isto numa altura em que a gestão mudou, mas os compromissos mantêm-se.
Na semana passada, os acionistas do BCP aprovaram várias mudanças, nomeadamente com Miguel Maya a assumir o cargo de CEO, enquanto Nuno Amado passou para chairman, mais focado na atividade internacional. Mas foi a promessa de pagamento de dividendos que animou os títulos do BCP.
“A promessa de dividendos ajudou a suster a queda das ações na semana passada, e ajudou na recuperação”, refere Pedro Lino, CEO da Dif Broker, ao ECO.
"A promessa de dividendos ajudou a suster a queda das ações na semana passada, e ajudou na recuperação.”
Após a assembleia-geral de acionistas, o segundo maior acionista do banco afirmou que “seria muito bom” começar a ver retorno. Carlos Saturnino, o representante da Sonangol no banco, disse ainda que espera que o banco dê um salto e alcance resultados “melhores e maiores” de maneira a começar a devolver dividendos aos investidores.
Miguel Maya, o novo CEO do BCP — ainda aguarda a aprovação do BCE –, viu este pedido do acionista com normalidade. “A Sonangol teve um papel muito importante na estabilização do banco”, por isso é “normal que os acionistas que fizeram esse esforço peçam mais”, referiu o gestor à saída da assembleia-geral, reforçando a confiança dos investidores em receberem parte dos lucros.
Inversão dos juros do BCE dá um novo impulso
Além destes fatores, há um outro. O economista-chefe do BCE, Peter Praet, revelou que a autoridade monetária vai discutir na próxima semana a retirada gradual dos estímulos monetários. Declarações que tiveram impacto nos bancos europeus, nomeadamente no BCP.
“A sinalização da inversão da politica monetária, ou seja retirada de estímulos e eventual subida lenta dos juros, sustentou a subida dos bancos da Zona Euro e do próprio BCP”, refere Pedro Lino.
“Após um longo período de taxas de juro negativas, é normal que o BCE queira colocar os juros em terreno positivo, o que ajudará os bancos a recuperarem uma parte da sua margem financeira”, acrescenta o especialista. A subida dos juros vai refletir-se numa melhoria da rentabilidade, permitindo aos bancos aumentarem os lucros. E, por fim, garantir dividendos aos investidores.
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