Grandes fundos boicotam emissão de dívida do Novo Banco
Pimco e BlackRock voltam a boicotar uma emissão de dívida de um banco português em protesto contra a discriminação que alegam ser alvos. Depois da Caixa, agora o boicote atingiu o Novo Banco.
Grandes fundos internacionais como a Pimco e BlackRock não participaram na emissão de dívida do Novo Banco, em protesto contra uma decisão do Banco de Portugal em 2015 de transferir várias linhas de obrigações para o banco mau do BES, implicando perdas para os detentores destes títulos.
O Novo Banco esteve no mercado esta semana para levantar 400 milhões de euros através de títulos de dívida subordinada, denominada Additional Tier 2, pelos quais deverá ter pago um juro não inferior a 8,5%.
Com os resultados da operação a serem conhecidos esta sexta-feira, o chamado Novo Note Group, que junta vários fundos internacionais que estão descontentes com o comportamento das autoridades portuguesas, anunciou agora que ficou de fora — a exemplo do que já havia feito em relação à emissão da Caixa Geral de Depósitos.
“Decidimos cada um de nós, de forma independente, não participar nesta emissão”, referiu um porta-voz do grupo. “O preço desta emissão está mais de 500 pontos base acima das ofertas comparáveis mais recentes de bancos periféricos não portugueses, um sinal claro que de que investidores continuam preocupados com os riscos apresentados pelo sistema bancário português e pela falta de vontade de lidar com as ações discriminatórias contra os obrigacionistas do Novo Banco”, explicou.
"Decidimos cada um de nós, de forma independente, não participar nesta emissão. O preço desta emissão está mais de 500 pontos base acima das ofertas comparáveis mais recentes de bancos periféricos não portugueses, um sinal claro que de que investidores continuam preocupados com os riscos apresentados pelo sistema bancário português e pela falta de vontade de lidar com as ações discriminatórias contra os obrigacionistas do Novo Banco.”
O mesmo responsável acrescenta que “para emitir estes títulos de capital Tier 2, o Novo Banco teve de depender de um acordo de capital contingente que deixou os contribuintes portugueses em pior situação e de uma oferta de troca de uma variedade de instrumentos de dívida sénior por novos títulos”.
“Isto é outro exemplo do tratamento inconsistente e discriminatório em relação aos obrigacionistas do Novo Banco”, considera o grupo que inclui a Attestor Capital, BlackRock, CQS, Pimco.
Estes grandes investidores mantêm um braço-de-ferro de longa data com Portugal por causa da transferência de cinco séries de obrigações no valor de 2,2 mil milhões de euros do Novo Banco para o BES “mau”, no final de 2015.
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