Santander Totta financia quase todos os projetos de reabilitação urbana com verbas comunitárias
Santander responde por 19 dos 26 projetos de investimento de reabilitação no âmbito do IFRRU 2020. O BPI por cinco operações. Mas em ambos os casos o valor do investimento associado é de 60 milhões.
O Santanter Totta é o banco que financia o maior número de operações de reabilitação urbana com apoios de verbas comunitárias. Até 31 de julho o banco espanhol financia 19 dos 26 contratos de investimento celebrados no âmbito do Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbana (IFRRU 2020). Em causa estão 48% do total do investimento feito com condições mais vantajosas do que as oferecidas no mercado em termos de taxas de juro, maturidades e períodos de carência.
“O Santander tem atualmente 19 contratos de financiamento (do total dos 26 contratos já efetuados ao abrigo do IFRRU 2020), num montante de 40,2 milhões de euros. Em termos de investimento total, estes projetos representam um valor superior a 60 milhões de euros e irão beneficiar dez concelhos do país: Aveiro, Braga, Coimbra, Faro, Lisboa, Funchal, Matosinhos, Odemira, Porto e Vila Nova de Gaia”, avançou ao ECO fonte oficial do banco.
Por outro lado, o BPI é responsável por cinco destas 26 operações, que implicam “um financiamento de 48,4 milhões de euros e tem um investimento associado cerca de 60 milhões de euros”, confirmou ao ECO fonte oficial da instituição liderada por Pablo Forero. Isto significa que o Santander diversifica mais as suas apostas, mas o BPI tem um nível de financiamento superior. Por exclusão de partes, o BCP, que não respondeu às questões do ECO, terá financiado as outras duas operações.
Mas, a avaliar pelo pipeline dos bancos há muitos outros projetos de reabilitação integral de edifícios, com mais de 30 anos, ou reabilitação de espaços e unidades industriais abandonadas ou ainda intervenções em edifícios de habitação social alvo de reabilitação integral que aguardam luz verde. O Santander, no final de junho, tinha “334 intenções de investimento, num montante de investimento de 885 milhões de euros” e o BPI estava a analisar, no final de julho, 36 operações com um “investimento associado de cerca de 165 milhões de euros”, avançaram as respetivas fontes oficiais.
Aliás, em agosto, o BPI noticiou a 30 de agosto que ia financiar o projeto de reabilitação integral do antigo edifício da Coimbra Editora, em Coimbra, onde será instalada a futura sede e centro tecnológico do Grupo Ctitical, que irá acolher 500 colaboradores da tecnológica portuguesa. Este é o primeiro projeto financiado pelo BPI na Região Centro no âmbito do IFRRU 2020, revelou o banco em comunicado enviado às redações.
O Santander, o BPI e o BCP foram os três bancos selecionados para operacionalizar este instrumento financeiro de 1,45 mil milhões de euros que apoia empréstimos com maturidades até 20 anos, períodos de carência no máximo de quatro anos e taxas de juro abaixo das praticadas no mercado ou então garantias associadas a empréstimos concedidos por estes bancos. O IFRRU 2020 conjuga fundos da banca comercial com dotações do Portugal 2020, do Banco Europeu de Investimento (BEI) e do Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa (CEB).
De acordo com a secretária de Estado da Habitação, “o IFRRU é uma maneira muito interessante de alavancar fundos adicionais para a revitalização e a reabilitação urbana”, e apesar de estarem contratados apenas 123 milhões de euros, tendo em conta o montante global disponibilizado, Ana Pinho recusa que haja quaisquer atrasos. “Os dados que temos é que a execução, ao contrário de atrasada, está mais avançada do que a expectativa, tendo em conta o período de tempo em que está disponível nos balcões” dos bancos, disse ao ECO, a responsável no início de agosto.
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