PCP não tem linhas vermelhas ou azuis para o OE2019
Jerónimo de Sousa lamenta que o Governo não tenha continuado "o diálogo e negociação" com os professores. Secretário geral do PCP acredita que o OE 2019 vai continuar a repor direitos.
O secretário-geral do PCP garante que o partido “não tem linhas vermelhas ou azuis” relativamente à negociação do Orçamento do Estado para 2019. Em declarações à RTP, Jerónimo de Sousa garantiu que as negociações ainda estão numa fase muito preliminar, mas disse estar confiante que o caminho será de reposição dos direitos dos trabalhadores tal como aconteceu até aqui.
Jerónimo de Sousa, que esta sexta-feira deu o tiro de partido à Festa do Avante, explicou que “só perante os conteúdos” concretos das propostas poderá tomar uma decisão sobre o próximo Orçamento, mas, tendo em conta “o quadro de reposição de direitos dos trabalhadores”, que tem sido seguido ao longo desta legislatura, o líder comunista não acredita que a tendência seja interrompida. Até porque, lembrou com ironia, “a vida provou que a reposição de direitos é benéfica para a economia”. “Por isso, é preciso ir mais longe”, frisa.
O PCP garante que não leva para a mesa “propostas propagandistas” e, apesar de o PS “oferecer resistência”, os comunistas estão “determinados” em seguir o caminho de recuperação de rendimentos.
Recorde-se que o PCP já revelou que pretende ver no Orçamento do Estado para 2019 um aumento do número de escalões de IRS, um aumento do mínimo de existência, mas também uma redução do IVA sobre o gás e a eletricidade. Medidas que implicarão uma perda de receita para os cofres do Estado, mas que Jerónimo de Sousa recomenda ao Executivo que vá “buscar o dinheiro onde ele existe”, disse em entrevista à RTP na quarta-feira.
Quanto ao fracasso nas negociações entre o Governo e os sindicatos de professores, Jerónimo lamentou sublinhando que “era importante que o Governo continuasse a dialogar e a negociar com os professores”, já que está em causa “um terço da vida profissional dos professores”. O secretário-geral do PCP reiterou que a posição do partido é de que no “Orçamento do Estado para 2018 contém uma norma que deveria ser concretizada relativamente à contagem do tempo” de serviços dos professores, que vão avançar agora para uma nova greve na primeira semana de outubro.
Jerónimo de Sousa frisou ainda que em causa deve estar ‘a contagem do tempo’ e não ‘a contagem de tempo’, numa alusão à declaração de compromisso assinada com os sindicatos a 18 de novembro e à reunião de dez horas para trocar o artigo ‘de’ para ‘do’ para não deixar dúvidas gramaticais de que o que estava em causa era a recuperação total do tempo de serviço.
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