Catarina Martins: Portugal deve investir enquanto pode
A porta-voz do Bloco de Esquerda defendeu a taxa sobre a especulação imobiliária que o partido ainda planeia propor, e que o país invista, antes de um choque externo, nos serviços públicos.
Catarina Martins defendeu que Portugal pode “não ter défice nas contas públicas” mas que se não investir onde há carências, por exemplo nos equipamentos ferroviários ou nos hospitais, “há défice, que pode não estar nas contas de Bruxelas mas está na vida das pessoas”. Numa entrevista na RTP1, a porta-voz do Bloco de Esquerda defendeu ainda a taxa sobre a especulação imobiliária que o partido tenciona apresentar.
Sobre as contas públicas, a dirigente bloquista referiu que embora seja importante um equilíbrio orçamental, o país deve investir enquanto pode. Vindo um choque externo ou outro acontecimento que faça disparar os juros da dívida, será impossível investir. “É preciso aproveitar momentos de crescimento para investir” onde mais é preciso, referiu, “como no SNS ou nas escolas”.
Na mesma entrevista, Catarina Martins foi questionada sobre a apelidada “Taxa Robles” sobre a especulação imobiliária, um imposto que o Bloco de Esquerda tenciona introduzir sobre as mais-valias do imobiliário adquiridas em curto espaço de tempo.
A dirigente partidária assinalou que esta taxa surgiu muito antes, como ideia, do escândalo que pôs na ribalta o vereador da Câmara de Lisboa Ricardo Robles, e que provocou um abanão interno no Bloco durante um fim de semana de julho. Catarina Martins sublinhou mesmo que a decisão de Robles de sair e do partido de não o manter é demonstrativa da “exigência” do partido, que substitui um vereador mesmo que o seu comportamento seja legal, mas vá contra o que defende.
Sobre a Taxa Robles, concordou que “o Governo decidiu mais recentemente que não quer avançar com a proposta”, apesar de ter havido um interesse inicial do Ministério das Finanças em negociá-la. Para o Bloco, porém, é “muito importante”, e “tem a ver com dois eixos fundamentais da forma como olhamos para as nossas opções”, tanto do lado da política fiscal, que deve prejudicar menos a maior parte das pessoas e afetar mais aqueles que têm menos esforço fiscal, e “medidas para garantir o acesso à habitação”, sendo que esta seria apenas uma das medidas num pacote de habitação do partido. Sendo assim, o Bloco de Esquerda deverá avançar com a proposta de qualquer forma.
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