José Neves toca o sino em Wall Street. Corretoras nacionais a postos para negociarem ações da Farfetch
São já várias as corretoras portuguesas que disponibilizam a partir desta sexta-feira a negociação de ações do unicórnio português que entra hoje na maior praça financeira do mundo: Wall Street.
A Farfetch chega esta sexta-feira à maior praça financeira do mundo, depois de uma oferta pública incial (IPO, na sigla inglesa) em que foram vendidas um total 44,2 milhões de ações ao preço de 20 dólares, cada. Foi José Neves, fundador da empresa, quem protagonizou o toque do sino no dia em que arranca a negociação das ações na bolsa norte-americana. E dá também o tiro de partida à transação dos títulos por parte dos investidores nacionais.
Os investidores portugueses ficaram de fora desta fase prévia à entrada no mercado de capitais, mas com a estreia em bolsa passam a poder negociar os títulos. E são já várias as corretoras nacionais que disponibilizam o acesso ao unicórnio português que se apresenta ao mercado com uma avaliação de 5,8 mil milhões de dólares.
O banco BiG é uma das casas de investimento nacionais que vai disponibilizar já a partir desta sexta-feira (o primeiro dia de negociações) a compra e venda de de ações da Farfetch em mercado secundários, através do seu site e das plataformas de negociação que disponibiliza, MyBolsa e BiGlobal Trade.
Na GoBulling, até já é possível lançar ordens de compra na plataforma, conforme explicou ao ECO o responsável Pedro Oliveira. Para que as ordens sejam efetivamente executadas falta apenas que as ações da retalhista online de roupa e acessórios de luxo comecem a transacionar do outro lado do Atlântico.
Na Dif Broker, o título ainda não será imediatamente disponibilizado aos seus clientes. O CEO Pedro Lino revelou ao ECO que a corretora vai “provavelmente disponibilizar a negociação de ações da Farfetch logo no segundo dia de negociação”.
A Farfetch é o destaque do dia em Wall Street. “A Farfetch vai tornar-se hoje na quarta companhia em três dias a ir para a bolsa. Estas empresas levantaram cerca de 2,7 mil milhões de dólares e juntas apresentam um valor de mercado acima de 17 mil milhões de dólares”, lê-se na conta de Twitter da New York Stock Exchange, onde vai passar a cotar a empresa nacional.
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Um nota divulgada esta quinta-feira pelo BiG apresentava a Farfetch com “potencial de se transformar na Amazon do mercado de luxo — uma one stop shop para bens de luxo”.
“A Farfetch deverá continuar a registar elevadas taxas de crescimento no futuro, sustentadas por: i) crescimento do mercado de luxo, via procura pelas gerações mais jovens (onde a Farfetch tem uma presença mais forte); ii) distribuição geográfica dos consumidores, com uma forte presença no mercado asiático, o principal driver de crescimento do mercado de luxo”, lê-se no research a que o ECO teve acesso.
A empresa com sede em Londres registou prejuízos de 68,4 milhões de dólares no primeiro semestre deste ano, um agravamento de 133% face ao mesmo período do ano passado. Já as vendas continuam de “vento em popa”: aumentaram mais de 50% para os 267,5 milhões de dólares entre janeiro e junho, segundo as demonstrações financeiras que a Farfetch enviou ao mercado durante a sua caminhada rumo a Wall Street.
Com o IPO, a Farfetch levantou cerca de 885 milhões de dólares, dinheiro que a companhia vai usar para financiar o desenvolvimento da sua atividade numa indústria global de bens e acessórios de luxo que valia 307 mil milhões de dólares em 2017, segundo um estudo da Bain citado pela própria companhia.
Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.
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