Resultados tramam Wall Street. Fed não ajuda
As praças norte-americanas registaram fortes quedas, perante os resultados aquém do esperado por parte das empresas. A perspetiva de subida de juros da Fed acentuou a tendência negativa.
A Fed não cede. Quer continuar a aumentar os juros, mesmo perante as críticas do presidente norte-americano. Um cenário que está a pesar no sentimento dos investidores numa altura em que vão sendo conhecidos resultados empresariais desanimadores. São tudo más notícias que levam os índices dos EUA a registar quedas de mais de 1%.
Em Wall Street, na primeira sessão depois de a Reserva Federal dos EUA ter reforçado a ideia de uma nova subida das taxas de juro da maior economia do mundo em dezembro, bem como o prolongar de novos aumentos no próximo ano, o S&P 500, o índice de referência norte-americano, cedeu 1,44%. Dow Jones e Nasdaq não fizeram melhor, recuando 1,27% e 2,06%.
“Se as taxas de juro continuarem a subir dos níveis atuais, os investidores vão ficar ainda mais relutantes em comprar”, escreveu Hussein Sayed, responsável pela estratégia de mercados da FXTM, numa nota de research citada pela Reuters. Mas além da Fed, a pesar na negociação têm estado também os resultados.
De acordo com a Reuters, os lucros das empresas do S&P 500 deverão crescer 22% no terceiro trimestre, um abrandamento face ao ritmo registado nos dois trimestres anteriores. Até agora, das 69 empresas que apresentaram contas, 78,3% superou as estimativas, mas tendo em conta o contexto, os investidores estão a centrar atenções nos números que ficam aquém do previsto.
Empresas como a Textron e a United Rentals afundaram 10% depois de apresentarem lucros abaixo do esperado, enquanto a Sealed Air deslizou mais de 9% após fazer um profit warning. Com o aumento dos custos, a empresa anunciou uma revisão em baixa das estimativas de resultados para todo o ano.
Lockheed Martin e Raytheon também foram penalizadas em bolsa. Nestes casos, não foram os resultados, mas antes os receios dos investidores quanto ao impacto no negócio de ambas as empresas em relação a um potencial travão a novos negócios de armamento entre os EUA e a Arábia Saudita numa altura em que se investiga o desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi.
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