Draghi reconhece tensões em Itália, mas está confiante em acordo entre Roma e Bruxelas
O Banco Central Europeu decidiu deixar a taxa de juro inalterada. E mesmo com as tensões sentidas em torno do Orçamento italiano, Draghi confirma o fim do programa de compra de dívida.
Como já se esperava, o Banco Central Europeu decidiu deixar inalterada a taxa de juro que serve de referência para a Zona Euro e confirmou que o programa de compra de dívida terminará em dezembro. Isto numa altura em que as taxas de juro de alguns países europeus estão a subir, uma evolução que Mario Draghi considera poder estar ligada às tensões sentidas em torno do Orçamento italiano. Ainda assim, o banqueiro diz estar confiante de que Roma e Bruxelas chegarão a um acordo.
Numa decisão sem precedentes, a Comissão Europeia decidiu chumbar o Orçamento apresentado pelo Executivo de Giuseppe Conte. Em resposta, o Governo italiano já avisou Bruxelas de que “até pode mandar 12 cartas” que “os Orçamentos não vão mudar”, o que está a gerar algum desconforto nos mercados.
Por sua vez, a Comissão Europeia continua a insistir na necessidade de “construir o diálogo”, atitude que está a tranquilizar e a dar mesmo confiança ao BCE. “Estou confiante de que vai ser conseguido um acordo entre Itália e a Comissão Europeia”, sublinhou, nesse sentido, Mario Draghi.
Sobre os riscos de contágio, o presidente do BCE assinalou que alguns países europeus viram as suas taxas de juro subir, mas atribuiu essa evolução — além de às tensões italianas — a outras idiossincrasias.
Em declarações ao jornalistas, Draghi notou ainda que a volatilidade dos mercados, o Brexit e o protecionismo mantém-se “riscos proeminentes”. Deste modo, o responsável apelou à aposta nas políticas orçamentais na Zona Euro centradas, nomeadamente, no reforço das almofadas.
BCE mantém taxas de juro
“O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) decidiu que a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito permanecerão inalteradas em 0.00%, 0.25% e -0.40%, respetivamente”, explica o comunicado que acompanha a reunião do Conselho do BCE.
Além disso, a instituição espera que “que as taxas de juro diretoras do BCE se mantenham nos níveis atuais, pelo menos, até durante o verão de 2019”.
Quanto ao programa de compra de dívida, o Conselho do BCE diz que “continuará a efetuar aquisições líquidas ao abrigo do programa de compra de ativos ao novo ritmo mensal de 15 mil milhões de euros até ao final de dezembro de 2018″, prevendo que, “sob reserva de os dados entretanto disponibilizados confirmarem as perspetivas relativamente à inflação no médio prazo”, o programa terminará nesse mês.
(Notícia em atualizada às 15h15).
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