Impresa perde um milhão no terceiro trimestre. Dá lucro no acumulado do ano

A dona da SIC passou de prejuízos a lucros de 1,45 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. O resultado não foi melhor porque o grupo perdeu mais de um milhão de euros no terceiro trimestre

A Impresa IPR 1,71% registou um prejuízo de mais de um milhão de euros no terceiro trimestre, mas no acumulado do ano — nos primeiros nove meses de 2018 — passou de resultados negativos para lucros. As contas da dona da SIC entre julho e setembro foram penalizadas por uma quebra nas receitas com publicidade na televisão e maiores custos de reestruturação, numa altura em que o grupo continua a apostar na expansão da sede que detém em Paço de Arcos.

Até setembro, o grupo de media que detém o terceiro canal acumulou um resultado líquido positivo de 1,45 milhões de euros. Este valor representa uma clara melhoria face aos prejuízos de 165 mil euros que tinha registado no mesmo período do ano passado, merecendo destaque por parte do presidente executivo da Impresa, na nota enviada ao ECO.

“Os primeiros nove meses do ano reforçam os nossos objetivos: estamos a recentrar o nosso negócio, focando-o no audiovisual e no digital, potenciando as nossas marcas. Os lucros nestes primeiros novos meses, o melhor resultado da Impresa em quatro anos, mostram que estamos a cumprir o nosso Plano Estratégico. A dívida líquida continua a ser reduzida de forma faseada”, garantiu o gestor.

No entanto, o resultado acumulado dos primeiros nove meses deste ano foi prejudicado de forma significativa no terceiro trimestre, em que o grupo registou um prejuízo de 1,07 milhões de euros, em linha com o mesmo trimestre de 2017. Até junho deste ano, a Impresa acumulava um lucro de 2,5 milhões de euros no final do primeiro semestre.

Os lucros nestes primeiros novos meses, o melhor resultado da Impresa em quatro anos, mostram que estamos a cumprir o nosso Plano Estratégico.

Francisco Pedro Balsemão

Presidente executivo da Impresa

Menos publicidade. Reestruturação pesa

A justificar os prejuízos obtidos no terceiro trimestre estão, acima de tudo, dois fatores: uma queda nas receitas com publicidade que resultou em menos receitas com o negócio da televisão e maiores custos de reestruturação, com a expansão da sede da empresa e construção de novos estúdios.

Entre julho e setembro, a Impresa viu o negócio da publicidade encolher 5,3%, de 24,57 milhões para 23,27 milhões de euros. Contas feitas, o negócio da televisão gerou menos dinheiro para a Impresa. As receitas com os canais da SIC caíram 4,9% no trimestre, de 34,17 milhões para 32,51 milhões de euros. Quanto ao negócio de publishing, as receitas com a circulação recuaram 7,5% no trimestre, para 2,36 milhões de euros. Neste segmento, o principal negócio da Impresa é o semanário Expresso.

Além disso, a empresa tem registado mais despesas de reestruturação. No relatório e contas publicado na CMVM esta segunda-feira, a dona da SIC justifica-se com o “financiamento do projeto de expansão do edifício Impresa e, ainda, dos novos estúdios”. Estes custos levaram a Impresa a reduzir o ritmo de amortização de dívida.

“Em termos de demonstração financeira, no final de setembro de 2018, a dívida líquida, incluindo locações financeiras, cifrava-se em 189,6 milhões de euros, ou seja, uma redução de 3,1 milhões de euros face ao período homólogo de 2017″, explica a companhia.

Custos aliviam contas

Apesar da quebra do terceiro trimestre, a Impresa alcançou uma forte melhoria dos resultados no acumulado dos primeiros nove meses de 2018. O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) melhorou em 52,4%, para 12,33 milhões de euros. A subida é justificada com a melhoria significativa do EBITDA ajustado com o negócio da televisão: um crescimento de 47,9%, para 13,85 milhões de euros.

Este aumento do EBITDA traduz uma quebra acentuada dos custos operacionais com o negócio de televisão (caíram de 99,14 para 91,47 milhões de euros), isto ao mesmo tempo que as receitas totais continuam a cair. Encolheram 0,7%, para 126,17 milhões de euros. A maior queda foi registada no negócio de televisão, que encolheu 2,9%, para 105,33 milhões de euros. Em sentido inverso, o publishing cresceu 10%, mas para 18,94 milhões de euros.

Em relação às perspetivas para o futuro, a Impresa assume que “os resultados obtidos até setembro de 2018 permitem reiterar o objetivo traçado para o ano de 2018: prosseguir o reforço da rentabilidade, com um crescimento em termos do EBITDA e dos resultados líquidos”.

Evolução das ações da Impresa na bolsa de Lisboa

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