Índice de bem-estar dos portugueses continuou a crescer em 2017
Educação, participação cívica e governação são os domínios mais favoráveis. Já o trabalho, a remuneração e a vulnerabilidade económica são os que registaram a evolução mais desfavorável.
O índice de bem-estar dos portugueses continuou a crescer em 2017, com a educação, participação cívica e governação a apresentarem a evolução mais favorável e o trabalho, remuneração e vulnerabilidade económica a mais desfavorável, revela esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os dados preliminares do INE para 2017 revelam “um crescimento anual de 3,8% do índice de bem-estar”.
“O índice de bem-estar [IBE] da população portuguesa evoluiu positivamente entre 2004 e 2011, tendo registado uma inflexão em 2012. Recuperou no ano seguinte, estimando-se uma continuação de crescimento para 2017, ano em que terá atingido 131,4 após um resultado de 126,6 em 2016“, afirma o instituto.
O IBE retrata a evolução do bem-estar da população, recorrendo a dois índices sintéticos, que traduzem duas perspetivas de análise: condições materiais de vida e qualidade de vida.
“Entre 2004 e 2013, estes dois índices evoluíram, genericamente, em sentidos opostos, com o primeiro a evidenciar uma tendência decrescente, e o segundo a apresentar uma tendência crescente. A partir de 2013 iniciaram uma evolução no mesmo sentido: o da melhoria do bem-estar, em Portugal”, refere o INE.
Dos dez domínios que integram o IBE, a educação e a participação cívica e governação são os que apresentaram uma evolução mais favorável. Inversamente, os domínios trabalho e remuneração e vulnerabilidade económica são aqueles cuja evolução foi mais desfavorável, embora tenham vindo a recuperar desde 2013.
O domínio da educação, conhecimento e competências teve “uma evolução em índice muito positiva, tendo crescido continuamente no período em estudo, apresentando o índice 212,7 em 2016”. Os dados projetados para 2017 revelam a manutenção desta tendência, embora com evolução menos pronunciada, estimando-se um índice de 215,2.
O domínio da participação cívica e governação, que desde 2006 desceu até um valor mínimo em 2010, tem vindo a crescer a partir desse ano, atingindo em 2016 o valor de 160,7.
O índice relativo ao domínio do ambiente aumentou regularmente desde 2008, registando-se apenas um pequeno decréscimo em 2015 face ao ano anterior. Os dados preliminares de 2017 mantiveram esta tendência de aumento, estimando-se um índice de 139,1.
O INE assinala também “evolução positiva” do domínio da segurança pessoal, que atingiu em 2016 o valor de 134,0, estimando-se para 2017 o valor de 144,6, e do domínio da saúde, que atingiu em 2016 um valor de 131,6 e se estima que se fixe em 137,5 em 2017.
O domínio do equilíbrio entre vida e trabalho tem vindo a decrescer desde 2012 com valores em índice de 103,1 em 2016 e estimando-se um valor de 99,9 em 2017.
“O domínio bem-estar económico apresentou um crescimento significativo até ao início da crise económica, inverteu essa tendência após 2010 até 2012 e iniciou uma recuperação desde então”, afirma o INE, que salienta nesta recuperação a evolução favorável dos indicadores de desigualdade e concentração.
O domínio vulnerabilidade económica é um dos que apresentam “a evolução mais desfavorável”, refletindo a “progressiva vulnerabilidade das famílias induzida pelo afastamento das mesmas do mercado de trabalho e pela intensificação da dificuldade em pagar os compromissos assumidos com a habitação”.
Registaram-se, no entanto, evoluções positivas a partir de 2014, devidas sobretudo à redução da taxa de privação material e da taxa de risco de pobreza. A partir desse ano, todos os indicadores deste domínio apresentaram uma evolução favorável.
O trabalho e remuneração é a componente do bem-estar com “evolução mais desfavorável”, devido essencialmente ao aumento do desemprego, que se acentuou a partir de 2009.
“A partir de 2013 verifica-se uma inversão desta tendência, tendo-se projetado para 2017 a continuação desta melhoria”, refere o INE.
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