CaixaBank já comprou totalidade das ações do BPI

A casa-mãe espanhola lançou uma oferta potestativa pelo capital que ainda não detinha. Saída de bolsa aconteceu a 14 de dezembro e, durante um ano, o banco não poderá voltar a negociar.

O CaixaBank já é detentor de todas as ações do BPI, após uma aquisição potestativa dos títulos representativos do capital que ainda não detinha, realizada a 27 de dezembro. O banco comunicou, esta sexta-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o terceiro anúncio de perda de qualidade de sociedade aberta.

Após a oferta pública de aquisição pela maioria do capital do BPI no início de 2017, o CaixaBank tem vindo a reforçar a posição e, em maio, anunciou que pretendia que o banco saísse de bolsa, bem como adquirir todas as ações que ainda não detinha. Na altura, comprou 8% do capital ao Allianz por 1,45 euros e pretendia oferecer o mesmo preço aos restantes acionistas.

No entanto, a CMVM não ficou de acordo com este preço, por ter sido definido mediante acordo entre o adquirente e o alienante, através de negociação particular. Uma auditoria pedida pelo regulador concluiu que o preço mínimo por ação deveria ser de 1,47 euros, que foi o que os acionistas minoritários acabaram por receber e que desbloqueou a autorização da CMVM para a retirada do BPI da bolsa, o que aconteceu a 14 de dezembro.

Após receber o ‘ok’ da CMVM, o CaixaBank depositou mais de 108 milhões de euros no BPI para comprar as ações detidas acionistas que não votaram a favor da perda de qualidade de sociedade aberta. “Entre os dias 15 e 26 e dezembro de 2018, o CaixaBank adquiriu 13.931.841 ações representativas do capital social do BPI”, explica o comunicado.

Ficaram a faltar quase 59,7 milhões de ações, detidas por acionistas que não aceitaram voluntariamente a oferta de compra através de ordem permanente. O controlo destes títulos foi tomado no dia seguinte através de aquisição potestativa, numa ação que os pequenos investidores tinham tentado travar, na semana passada, com a entregue de uma providência cautelar no Tribunal Judicial da Comarca de Vila Nova de Gaia.

“O CaixaBank exerceu (…) o seu direito potestativo de aquisição das restantes 59.659.013 ações detidas pelos acionistas do BPI que não aceitaram voluntariamente a oferta de compra”, refere o comunicado, acrescentando que o espanhol fica, assim, “a deter 1.456.924.237 de ações representativas da totalidade do capital social do BPI”. No próximo ano, o BPI não poderá voltar a negociar em bolsa.

(Notícia atualizada às 10h40)

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