PS acusa PSD de transformar PNI em “armas de arremesso político”
Os deputados do PSD eleitos por Vila Real acusaram o Governo de apresentar um “programa metropolitano de investimentos”. Carlos Pereira responde que o PSD não resiste à "política do bota abaixo".
O deputado socialista Carlos Pereira acusou esta segunda-feira o PSD de “nunca resistir à tentação de encarnar a política do bota abaixo” e de transformar o Plano Nacional de Investimentos (PNI) em “armas de arremesso político”.
“Temos de dizer que o PSD começou mal o debate e é pena nunca resistir à tentação de encarnar a política do bota abaixo e de transformar opções relevantes para as populações em armas de arremesso político, como está a fazer agora com o PNI”, afirmou à agência Lusa o vice-presidente do grupo parlamentar do PS Carlos Pereira.
O Governo entregou na sexta-feira, na Assembleia da República, o PNI 2030 que tem previsto aplicar 21.950 milhões de euros em projetos nas áreas dos transportes, energia e ambiente.
Nesta segunda-feira, em conferência de imprensa, os deputados do PSD eleitos por Vila Real acusaram o Governo de apresentar um “programa metropolitano de investimentos” que esquece o Interior, classificando como “grave” a falta de resposta a projetos reclamados pelo Douro e Alto Tâmega.
Carlos Pereira disse que “o PSD recauchutou as críticas que fez à reprogramação do Portugal 2020 e agitou novamente a hipotética discriminação do Interior com a apresentação do PNI”.
“Aquando a reprogramação o PSD foi useiro e vezeiro em vociferar contra as estratégias definidas, mas foi sempre incapaz de apontar um único caso de desvio de verbas do Interior. Pelo contrário o que se assistiu foi que o Governo fez uma reprogramação que acrescentou mais meios para o Interior e teve um consenso alargado em todo o país”, referiu.
Para o deputado do PS, a “boa notícia” é que “finalmente o PSD compreende a enorme importância do investimento público e o seu contributo para o crescimento e a coesão nacional”.
Carlos Pereira referiu que o “PNI é o resultado de dezenas de reuniões pelo país fora e de centenas de contributos”. “Não é um plano casuístico e, ainda por cima, não rompe com algumas das linhas de orientação do Governo anterior. É um exercício responsável com intenção de recolher o máximo consenso”, sustentou.
Carlos Pereira referiu que o Governo PSD/CDS-PP “deixou um plano com um défice de financiamento e sem qualquer preparação para o lançamento de muitas das infraestruturas programadas”. “Mas mesmo assim este Governo corrigiu os erros de financiamento e arregaçou as mangas para concretizar o que o Governo anterior só tinha prometido e não tinha feito”, frisou.
Agora, acrescentou, “há uma ambição de investimento que quase multiplica por quatro a sua dimensão e que integra matérias que o Governo anterior nunca contemplou ou não o fez com a determinação certa, como os tais 200 milhões para eletrificação da ferrovia onde inclui o Interior ou os mais de 4000 milhões na ferrovia onde estão previstos investimentos no Interior”, sustentou.
Na sua opinião há, no entanto, “ainda um longo trabalho a fazer”. “Sobretudo em matéria das condições de financiamento que exigem sentido de responsabilidade do maior partido da oposição para contribuir em tornar robusta a posição portuguesa no quadro de negociação do PT2030 que será aberto no primeiro trimestre deste ano. Esperemos que depois desta agitação eleitoralista o PSD possa contribuir para ajudar nas negociações com Bruxelas evitando ser um fator negativo”, salientou.
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