Bolsa de Lisboa tem melhor arranque de ano desde 2013. Ganha mais de 8%
A bolsa de Lisboa fechou janeiro em alta, com um ganho de 0,2%, num dia misto para a Europa. No total do mês, apenas uma das 18 cotadas ficou em terreno negativo.
A bolsa de Lisboa fechou o mês com uma valorização de 8,38% e registou o melhor janeiro desde 2013. Entre as 18 cotadas, apenas uma terminou o primeiro mês do ano em terreno negativo. Esta quinta-feira, a sessão foi mista para as principais praças europeias, animadas pela promessa de que a Reserva Federal norte-americana será “paciente” nas decisões de política monetária, mas com a desaceleração da economia a travar os ganhos. O PSI-20 ficou do lado dos ganhos e avançou 0,2% para 5.129,02 pontos.
O papel e pasta de papel foi o setor em maior destaque com a Altri a liderar as valorizações mensais no PSI-20. A cotada avançou 24%, enquanto a Navigator ganhou 19% e a Semapa 15%. Os investidores celebraram os novos negócios da Mota-Engil em Angola e a construtora também disparou 21% este mês. No retalho, a Jerónimo Martins ganhou 20% e a Sonae 12%. Em sentido contrário, a Galp protagonizou a única desvalorização mensal do índice, de 2,2%.
Depois de o ano passado ter sido de perdas expressivas nas bolsas, o arranque de 2019 foi mais otimista, apesar dos receios de desaceleração do crescimento económico. A última sessão de janeiro foi especialmente impulsionada pela mensagem da Reserva Federal norte-americana transmitida esta quarta-feira pelo presidente Jerome Powell.
“A Fed avançou com uma posição dovish em relação à economia. Manteve, como era amplamente esperado, as taxas de juro inalteradas. Mas o mais importante é que deixou de usar a possibilidade de ‘aumentos graduais’ das taxas de juro, substituindo este termo por ‘paciência’. Assim sendo, tudo indica que vão ser pacientes no aumento das taxas, não se prevendo assim aumento das taxas no curto prazo”, afirmou Carla Maia, senior broker da XTB.
“Outro fator que animou os mercados é a indicação que vão ser flexíveis na sua balança de ativos, pressupondo assim que não vão reduzir a liquidez no mercado, face ao risco no crescimento global, as negociações internas do orçamento e as tensões comerciais. Powell tomou o melhor rumo para os mercados financeiros, levando assim os índices acionistas a dispararem em alta e o dólar a desvalorizar“, acrescentou.
Arranque do ano foi positivo em sete dos últimos 10 anos
Itália sentimento positivo nas bolsas
Em Lisboa, a EDP avançou 1,11% para 3,19 euros por ação e a EDP Renováveis fechou estável nos 7,85 euros. A Galp Energia ganhou 1,11% para 13,65 euros, num dia de subidas no mercado petrolífero: brent negociado em Londres soma 0,88% para 62,19 dólares por barril e o crude WTI dispara 1,73% para 55,17 dólares por barril.
A travar as subidas no PSI-20 esteve o BCP, que tombou 1,19% para 0,24 euros por ação, penalizado pela tendência no setor da banca europeia. Ainda entre as cotadas que mais caíram, a Pharol perdeu 1,09% para 0,18 euros, a Mota Engil desvalorizou 1,03% para 1,93 euros e a Jerónimo Martins perdeu 0,64% para 12,37 euros.
Apesar do sentimento positivo que se espalhou pelas bolsas, os dados económicos conhecidos esta quinta-feira desanimaram. A economia da Zona Euro cresceu 1,2% no último trimestre de 2018, ao ritmo mais lento dos últimos quatro anos, com Itália a entrar em recessão no final de um ano marcado pela incerteza política, tensões orçamentais com Bruxelas e juros mais elevados nas emissões de dívida.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou na linha de água (a subir 0,04%), enquanto o índice francês CAC 40 avançou 0,36% e o britânico FTSE 100 subiu 0,39%. Em contra-ciclo, o alemão DAX desvalorizou 0,77%, o espanhol IBEX 35 perdeu 0,16% e o italiano FTSE MIB caiu 0,21%.
No mercado cambial, o euro deprecia-se 0,22% para 1,145 dólares, a corrigir depois das valorizações desta manhã, que levou a divisa norte-americana para mínimos de três semanas. Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro seguem em queda generalizada, com a yield das Obrigações do Tesouro de Portugal a 10 anos a negociar nos 1,49%, em mercado secundário.
(Notícia atualizada às 17h15)
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