Theresa May determinada a cumprir saída sem prolongamento de prazo da UE

  • Lusa
  • 3 Fevereiro 2019

A primeira-ministra britânica disse que está determinada em fazer com que o Reino Unido saía da UE na data prevista, 29 de março, e que, por isso, não pedirá a Bruxelas um prolongamento do prazo.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, reiterou este domingo que está decidida a que o Reino Unido abandone a União Europeia (UE) no dia 29 de março, data prevista para a concretização do Brexit, e garantiu que não pedirá a Bruxelas um prolongamento do prazo.

“Estou determinada a manter em aberto o Brexit e determinada a cumprir dentro do prazo”, escreveu a dirigente conservadora num artigo publicado este sábado no jornal Sunday Telegraph, citado pela agência AFP.

May pretende renegociar o acordo do Brexit com os líderes comunitários nos próximos dias com a finalidade de modificar o polémico mecanismo de salvaguarda para evitar uma fronteira física na Irlanda do Norte, ainda que a UE tenha rejeitado, de momento, modificar o acordo estabelecido, em novembro, entre o Reino Unido e o grupo dos 27.

“Quando regressar a Bruxelas para batalhar pela Grã-Bretanha e Irlanda do Norte fá-lo-ei com um novo mandato, novas ideias e uma renovada determinação para encontrar uma solução pragmática”, afirmou Theresa May no mesmo artigo.

O parlamento britânico aprovou na semana passada uma emenda que insta o Governo a negociar “regras alternativas” à cláusula de salvaguarda norte-irlandesa. Ainda assim, May sustenta no seu artigo que substituir a cláusula de salvaguarda por uma solução distinta é “uma opção”.

Segundo o presidente do grupo parlamentar conservador, Graham Brady, que propôs essa emenda na Câmara dos Comuns, tudo estaria em conformidade se a cláusula de salvaguarda tivesse uma limitação temporal ou um mecanismo de saída unilateral.

O vice-primeiro ministro irlandês, Simon Coveney, insistiu que a UE não irá renegociar o tratado de saída e não aceitará um acordo que não incorpore a cláusula de segurança para a Irlanda do Norte. “A cláusula de salvaguarda é necessária para nós. Não se trata de comércio ou de economia, mas de pessoas e da paz”, escreveu Coveney no Sunday Times.

O mecanismo de salvaguarda assegura que não será erguida uma fronteira entre as duas Irlandas enquanto Londres e Bruxelas não alcancem um novo acordo de comércio bilateral, o que todavia poderá demorar anos.

A ausência de controlo entre a República da Irlanda e a região britânica da Irlanda do Norte é uma das condições que especifica o tratado que levou a paz à região em 1998. Os conservadores mais eurocéticos criticam, contudo, que esses planos deixarão o Reino Unido integrado nas estruturas da UE até que se firme um novo tratado comercial, o que dificultará que o país estabeleça novos pactos comerciais com países terceiros. Essa recusa levou a que uma ampla maioria do parlamento britânico tenha chumbado no passado dia 15 o acordo do Brexit.

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