“Trocar Centeno por Mortágua? Obviamente que não”, diz Costa
O primeiro-ministro garante que está "muito satisfeito com atual ministro das Finanças" e que Mário Centeno "não deu nenhum sinal de que está indisponível para estar no Governo".
António Costa não anda para já à procura de um novo ministro das Finanças. Apesar de o nome de Mário Centeno ser frequentemente apontado como um próximo comissário europeu, presidente do Eurogrupo, ou até o próximo governador do Banco de Portugal, António Costa garante que está “muito satisfeito com atual ministro das Finanças e este não lhe deu nenhum sinal de que quer sair do Executivo.
“Estou muito satisfeito com atual ministro das Finanças e ele não me deu nenhum sinal de que está indisponível para estar no Governo”, disse António Costa em entrevista à SIC esta terça-feira.
Estou muito satisfeito com atual ministro das Finanças e ele não me deu nenhum sinal de que está indisponível para estar no Governo.
Questionado se trocaria Centeno pela deputado do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, Costa foi taxativo: “Se o troco por Mariana Mortágua? Obviamente que não”.
Apesar de sublinhar que não percebeu a razão de ser da pergunta, a verdade é que o Bloco de Esquerda já se mostrou disponível para integrar um futuro Executivo. A líder do BE, Catarina Martins, em setembro do ano passado, admitiu integrar um futuro Governo: “Aqui estamos para todas as responsabilidades”. No entanto, António Costa sinalizou, dois meses mais tarde, uma posição de princípio contra a disponibilidade do Bloco de Esquerda de vir a integrar um próximo governo com o PS. Em entrevista à Lusa, António Costa argumenta que “as relações entre os partidos são como as relações entre as pessoas”. António Costa defendeu que “é melhor uma boa amizade do que uma má relação” entre o PS com o Bloco de Esquerda, PCP e PEV. “Portanto, acho que devemos preservar uma boa relação, sem prejuízo de que, como em todas as relações, possa haver evoluções. Agora, acho que não faz sentido começar a discussão se há ou não há um Governo conjunto antes de se saber sequer se há ou não há uma posição conjunta”, argumentou.
No entanto, na entrevista desta quarta-feira, António Costa admitiu a possibilidade de reeditar a geringonça até porque admite que “é virtualmente impossível vir a ter uma maioria absoluta”. O primeiro-ministro defende que em “equipa que ganha não se mexe”. “Qualquer Governo quer ter o maior apoio popular possível e reunir as condições para poder executar o seu programa eleitoral”, reconheceu Costa. “Uma boa solução política deve ser prosseguida” e, por isso, na sua opinião, o modelo é para reeditar. “Eu, por mim, sigo em frente”, diz.
É virtualmente impossível vir a ter uma maioria absoluta.
Para António Costa democracia é a “possibilidade de alternância governativa entre esquerda e direita”. E em Portugal essa alternância é assegurada pelo “PS à esquerda e PSD à direita”. “Para mim a questão da geometria é a mesma”, acrescenta. E após grande insistência, acabou por admitir que não exclui uma coligação com o novo Partido Aliança. “Não excluo Santana Lopes. Mas ele tem-se posicionado à direita”, lembra António Costa. “Não faz sentido, a não ser em condições excecionais que justifiquem a um governo de unidade nacional”, acrescentou.
No entanto, lembrou que “há matérias que precisam de consenso alargado”, como é o caso das obras públicas. “Uma obra pública não é para um Governo é para uma geração”, disse António Costa rebatendo as acusações de que o Executivo só agora, em ano eleitoral, está a anunciar a realização de novas obras. “Cada obra que se faz não é o do Governo, por isso é que o Programa Nacional de Infraestruturas é muito importante que tenha uma legitimidade política alargada“, sublinhou, num momento em que o atual plano — o Peti3+ tem apenas uma execução de 9%.
Ainda em matéria de eleições, António Costa reconheceu que, em termos de europeias, o seu objetivo é conseguir um “resultado melhor” do que os 31,46% que o PS de António José Seguro conseguiu nas Europeias de maio de 2014. O primeiro-ministro garante que não encara nenhuma eleição como “um passeio no parque” e esta não será diferente.
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