Portugal fechou 2018 com dívida externa igual a 101,3% do PIB. Baixou face ao ano anterior

A riqueza produzida pela economia portuguesa no ano passado não chegou para pagar a totalidade da dívida acumulada pelo conjunto dos agentes económicos junto do exterior.

A economia portuguesa fechou o ano de 2018 com uma dívida externa de 101,3% do PIB, depois de um ano antes ter atingido 104,9% do PIB, revelou esta quarta-feira o Banco de Portugal.

A dívida externa da economia é apurada através da Posição de Investimento Internacional (PII) e mede o endividamento do conjunto dos agentes económicos: empresas, famílias e Estado. Assim, a dívida externa resulta da diferença entre o que o país deve ao estrangeiro e o que tem a haver do estrangeiro e é uma soma dos défices acumulados ao longo do tempo até 2018.

“No final de dezembro de 2018, a PII de Portugal situou-se em -203,2 mil milhões de euros, o que traduz uma variação positiva de aproximadamente mil milhões de euros em relação ao final de 2017”, adianta o banco central, calculando que a dívida externa medida em percentagem do PIB ficou em 101,3%.

O valor final do PIB referente ao ano passado ainda não é conhecido – só em 28 de fevereiro o Instituto Nacional de Estatística (INE) publica as contas nacionais referentes a 2018. No entanto, o Banco de Portugal explica na nota de informação estatística que faz uma “extrapolação do PIB nominal para esse trimestre com base na informação parcial divulgada pelo INE”. A 14 de fevereiro, o INE divulgou a estimativa rápida referente ao ano passado o que permite à equipa de economistas do banco central fazer esses cálculos.

A variação da PII deveu-se, em grande medida, ao impacto positivo combinado das transações (1,4 mil milhões de euros) e dos outros ajustamentos (1,6 mil milhões de euros), parcialmente compensado pelas variações cambiais (-1,3 mil milhões de euros) e pelas variações de preço (-0,9 mil milhões de euros)”, explica a instituição liderada por Carlos Costa.

A justificar o efeito positivo das transações está a balança de pagamentos, onde o saldo ficou em 0,4% do PIB. Um saldo positivo mas abaixo do registo do ano anterior.

O banco detalha as razões para as evoluções negativas dos fatores relacionados com as variações cambiais e as variações de preço. No caso das primeiras, “verificou-se a depreciação do kwanza, com impacto na redução do valor em euros dos ativos angolanos detidos por residentes“. “No caso das variações de preço, o impacto negativo sobre a PII refletiu, principalmente, a venda de créditos de sociedades não financeiras a entidades não residentes por um valor inferior ao contratualizado”, acrescenta o banco.

O Banco de Portugal adianta também que a dívida externa líquida, que resulta da PII, excluindo os instrumentos de capital, ouro em barra e derivados financeiros, fechou o ano passado num valor equivalente a 89,5% do PIB. No final de 2017, a dívida externa líquida estava em 91,7%.

(Notícia atualizada)

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