Número de edifícios com aval para construção cresceu em 2018 ao ritmo mais elevado da década
O licenciamento de obras é um indicador avançado da construção, ao medir intenções de obras. Apesar do aumento significativo em 2018, o número de edifícios com aval para obras está longe do de 2009.
O número de edifícios licenciados em Portugal no ano passado foi de 22,1 mil, mais 18,5% do que no ano anterior, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira. Este foi o crescimento mais alto da última década. O número de edifícios licenciados dá uma perspetiva das intenções de construção para o futuro, servindo assim de indicador avançado do setor.
Apesar do crescimento, o número de edifícios que conseguem o ok para para começar a fase de construção está longe do registado em 2009, ano em que ultrapassava os 30 mil.
O INE faz uma análise da evolução do licenciamento de edifícios entre 2009 e 2018, onde mostra um setor da construção diferente na primeira e na segunda metades da década.
“Considerando a última década, quando comparando o ano de 2018 com o ano de 2009, verifica-se que o número de edifícios licenciados se reduziu em cerca de 8,9 mil edifícios, correspondendo a uma diminuição de 28,8% (22,1 mil edifícios licenciados em 2018, face a 31 mil em 2009)”, escreve o INE.
“Na primeira metade da década registaram-se decréscimos sucessivos no número de edifícios licenciados, com uma recuperação na segunda metade, principalmente após 2015, ano em que esta variável registou o seu valor mínimo (15,2 mil edifícios licenciados). A maior redução anual foi registada em 2013 (-22,7%) e o maior acréscimo em 2018 (+18,5%)“, acrescenta o instituto estatístico.
Construção vale 4% na economia
Com a publicação deste indicador sobre licenciamento de obras, o INE pretende “obter dados que permitam o acompanhamento da evolução conjuntural do setor da construção de edifícios, na perspetiva da intenção futura de realização de obras”. Os dados disponibilizados pelo INE são obtidos tendo por base a informação sobre as licenças emitidas mensalmente pelas 308 câmaras municipais de todo o país.
O setor da construção vale cerca de 4% na economia. Os indicadores que permitem antecipar a sua evolução são acompanhados com interesse por parte dos economistas. Além das obras licenciadas, os peritos seguem com atenção as vendas de cimento ou de varão, que é utilizado para peças estruturais de betão armado.
O investimento público e privado têm estado desde sempre associados a este setor de atividade. O investimento não tem dado um contributo tão alto como desejável para a economia e este ano o Governo quer acelerar a utilização de fundos comunitários. O Conselho das Finanças Públicas, num relatório publicado quinta-feira com perspetivas macoeconónicos para 2019 – 2023, diz que é “esperada alguma recuperação do investimento público,
através de medidas de estímulo à utilização integral dos fundos estruturais europeus, a reposição de parte do stock de capital das Administrações Públicas e o reforço do investimento público em infraestruturas, sendo a única componente agregada da despesa que evolui positivamente”.
O CFP prevê que o investimento total acelere de 4,4% para 5,4% entre 2018 e 2019.
Mais de 40% dos edifícios licenciados foram para habitação nova
Os dados do INE mostram ainda que o licenciamento de obras no ano passado foi particularmente notório no Norte e Centro e para a construção de casas novas.
“Em 2018, situaram-se na região Norte 38,9% do total de edifícios licenciados e 43,3% dos fogos licenciados em construções novas para habitação familiar do país. A região Norte em conjunto com a região Centro representaram 67,1% dos edifícios licenciados e 65,5% dos fogos licenciados em construções novas para habitação familiar em Portugal”, diz o INE.
“Os edifícios licenciados na Área Metropolitana de Lisboa representaram 15,5% do número total do país, correspondendo a 19,6% do número total de fogos licenciados em construções novas para habitação familiar”, acrescenta ainda o instituto estatítico.
O número de edifícios concluídos em 2018 cresceu 16,1% em 2018 face ao ano anterior. Apesar do crescimento, este não foi o ano com o ritmo de crescimento mais alto da década. Isso aconteceu em 2017 quando subiu 22,1%.
(Notícia atualizada)
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