Brexit: Medidas são insuficientes para mitigar impacto económico do “no deal”, diz Dombrovskis

  • Lusa
  • 2 Abril 2019

O vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo Euro assumiu que as medidas adotadas pela UE não conseguirão mitigar todos os efeitos negativos da uma saída desordenada do Reino Unido.

As medidas de contingência adotadas pela União Europeia (UE) não conseguirão mitigar todos os efeitos negativos da uma saída desordenada do Reino Unido do bloco comunitário, assumiu nesta terça-feira o vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo Euro, Valdis Dombrovskis.

Há um risco material de que em 12 de abril o Reino Unido deixe a UE sem acordo. Esse risco é real, pelo que do lado da Comissão completámos a nossa preparação para um não acordo”, afiançou Dombrovskis diante da Comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu.

O vice-presidente do executivo comunitário, responsável pelas pastas do Euro, Estabilidade Financeira, Serviços Financeiros e Mercados de Capital, admitiu que, apesar das medidas de contingência adotadas pelo bloco comunitário, Bruxelas não conseguirá “mitigar todos os possíveis efeitos económicos negativos”.

Para o comissário letão, os efeitos vão depender “muito da preparação dos mercados” financeiros e dos diferentes atores económicos, aos quais a Comissão Europeia pediu para se prepararem para todos os cenários, incluindo a saída desordenada do Reino Unido da UE.

Ainda assim, reconheceu Dombrovskis, há “riscos residuais” que terão de ser abordados a nível nacional por cada um dos Estados-membros, uma vez que um Brexit sem acordo será “economicamente prejudicial” tanto para o Reino Unido, como para os 27, pois “interromperá décadas de integração económica”.

“Um Brexit desordenado implicará interrupções nos negócios em ambos os lados do Canal da Mancha. Poderíamos assistir a alguma volatilidade no mercado e é por isso que os bancos centrais anunciaram medidas de liquidez”, disse, defendendo, todavia, que o sistema financeiro europeu será capaz de “suportar uma desaceleração severa” e que a UE pode “salvaguardar a estabilidade financeira” num cenário de “no deal”.

O risco de uma saída desordenada do Reino Unido do bloco comunitário, em 12 abril, aumentou depois de na sexta-feira o parlamento britânico ter chumbado pela terceira vez o Acordo de Saída negociado entre Londres e Bruxelas e de na segunda-feira ter rejeitado as quatro alternativas apresentadas àquele texto.

A próxima data chave para esclarecer o futuro britânico é 10 de abril, dia de Conselho Europeu extraordinário dedicado ao Brexit.

O Conselho Europeu concordou em 21 de março com uma extensão do Artigo 50.º até 22 de maio, desde que o Acordo de Saída fosse aprovado pela Câmara dos Comuns até sexta-feira passada, estipulando uma prorrogação até 12 de abril caso o texto fosse novamente chumbado.

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