Juncker elogia Portugal e Espanha: “escolheram caminho credível”

Em Sintra, para a conferência do BCE, o ainda presidente da Comissão Europeia defendeu a decisão de não aplicar sanções a Portugal e Espanha em 2016 e elogia caminho escolhido pelos dois governos.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, defendeu esta quarta-feira a não aplicação de sanções europeias a Portugal e Espanha pela violação das metas do défice em 2016, dizendo que esta decisão permitiu aos dois países terem um crescimento económico mais robusto e tempo para corrigir as finanças públicas. Em Sintra, Jean-Claude Juncker elogiou ainda a estratégia dos dois governos.

Na abertura do último dia do Fórum do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra, o presidente da Comissão Europeia — em fim de mandato — defendeu a abordagem adotada pela sua Comissão às regras orçamentais europeias, com maior flexibilidade e tendo em conta outros fatores além dos resultados quantitativos, uma abordagem que lhe valeu muitas críticas dos países mais conservadores.

Para defender esta abordagem, Jean-Claude Juncker usou como exemplo Espanha e Portugal, que em 2016 enfrentaram um processo de sanções pela violação das metas orçamentais, no caso de Portugal nos anos entre 2013 e 2015. Segundo Jean-Claude Juncker, a não aplicação de sanções foi a melhor decisão para ambos os países e os resultados demonstraram-no. Portugal saiu do Procedimento dos Défices Excessivos em 2017. Espanha saiu este ano.

“Pensem em Espanha e Portugal há três anos. Se tivéssemos tido uma abordagem rígida às regras orçamentais e aplicado sanções financeiras prematuramente, estes países não teriam um crescimento tão robusto e nem seriam capazes de corrigir as suas contas públicas“, disse o presidente do Executivo europeu, na véspera da reunião dos líderes europeus para decidir quem o irá suceder.

Jean-Claude Juncker elogiou ainda a estratégia escolhida por ambos os países para sair da situação financeira em que se encontravam: “também deve ser dado crédito aos governos destes países, que escolheram um caminho credível e colaborativo para benefício dos seus cidadãos”.

As crises de Espanha, Portugal, mas também da Grécia, marcaram a história do euro, como sublinhou Juncker. O presidente da Comissão Europeia elogiou também o papel do BCE, lembrando a frase do presidente da instituição, Mario Draghi, em 2012, prometendo fazer “tudo o que fosse preciso” para salvar o euro.

“A Zona Euro estava a cair na recessão. Portugal e Grécia estava em grande stress e a sobrevivência do euro estava em risco”, afirmou Juncker, acrescentando estar “contente por Draghi ter estado lá”.

Num momento de desaceleração da economia europeia e com os desafios associados ao Brexit, Juncker frisou ainda a necessidade de preparar terreno para a próxima crise: “Não devemos esperar pela próxima crise para fazermos o que sabemos que é necessário. É por isso que a comissão está a trabalhar em fortalecer o papel internacional do euro”, disse.

(Notícia atualizada às 10h25)

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