PSD mostra cenário macro e deixa medidas para mais tarde
Rui Rio apresenta previsões económicas e orçamentais para a próxima legislatura. PSD avança com os números e deixa os porquês para depois.
O líder do PSD apresenta esta terça-feira o cenário macroeconómico para os próximos anos, mas deve deixar a revelação das medidas que estão na sua base para mais tarde. A três meses das legislativas, os partidos aceleram a divulgação das suas ideias. Rui Rio começa pelos números.
A apresentação do “quadro económico subjacente ao programa eleitoral para as legislativas de 2019” será feita pelas 17 horas na sede do PSD, em Lisboa. No encontro vão estar presentes o presidente do partido Rui Rio e os responsáveis do Conselho Estratégico Nacional, o coordenador para a área das finanças públicas, Álvaro Almeida, e o porta-voz, Joaquim Miranda Sarmento.
Os sociais-democratas partiram de um cenário macroeconómico base em políticas invariantes, ou seja, que projetasse o que acontece à economia e ao Orçamento sem novas medidas.
Este exercício gera um cenário macroeconómico alternativo que decorre da política que o PSD quer implementar se vencer as eleições legislativas marcadas para 6 de outubro.
Segundo apurou o ECO, a comunicação pública das ideias do partido será feita começando pelos números e só depois passará às medidas. Na apresentação desta terça-feira “em princípio” não haverá lugar à divulgação de medidas, sabe o ECO. Para este mês de julho está prevista a divulgação das propostas por áreas setoriais. O objetivo do partido é que os eleitores possam levar o programa eleitoral para férias.
A apresentação agendada para esta terça-feira surge numa altura em que PS e CDS já começaram com a divulgação de medidas para incluir no programa eleitoral.
Em 2015, quando aconteceram as últimas eleições legislativas, o PS estreou uma novidade na comunicação política de programas eleitorais. Entregou a um grupo de economistas, liderado por Mário Centeno, a construção de um cenário macroeconómico que mostrasse o efeito na economia e no Orçamento das políticas que os socialistas queriam aprovar se vencessem as eleições.
Quando apresentou o cenário macro, os economistas avançaram na mesma altura com um conjunto de medidas que teria ainda de ser validado pelo partido e que explicava os números do cenário macroeconómico. Entre elas estavam a descida, gradual, da Taxa Social Única (TSU) dos trabalhadores e das empresas, a eliminação da sobretaxa do IRS, a devolução dos salários aos funcionários do Estado e a reposição do IVA sobre a restauração nos 13%.
Agora, o Governo liderado pelo PS decidiu apresentar em Bruxelas, em abril último, um Programa de Estabilidade onde prevê um crescimento de 1,9% este ano que só ultrapassa os 2% no final da legislatura. Apesar de ter revisto em baixa os excedentes orçamentais só 2019 será um ano de défice. Este cenário não leva em conta qualquer medida nova de política.
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