Governo de Macau deve exigir mais da indústria do jogo, defende empresária Pansy Ho
A filha mais velha do magnata do jogo Santley Ho afirma que a Sociedade de Jogos de Macau (SJM) está a preparar-se para a atribuição das licenças em 2022.
A empresária Pansy Ho considerou à Lusa que o Governo de Macau deve exigir mais da indústria do jogo e que a Sociedade de Jogos de Macau (SJM) está a preparar-se para a atribuição das licenças em 2022.
Menor preocupação com o número de concessões a atribuir, manter os atuais promotores na exploração do jogo em Macau, não ceder à tentação de mudar simplesmente as “caras” e a convicção de que os investidores norte-americanos não serão excluídos devido à guerra comercial entre a China e os Estados Unidos são algumas das ideias expressas pela filha mais velha do magnata do jogo Santley Ho sobre as novas licenças a atribuir pelo Governo em 2022.
As recentes movimentações que protagonizou no início do ano, relacionadas com duas sociedades fundadas pelo pai, nada têm a ver com questões relacionadas com os investidores norte-americanos, garantiu aquela que é copresidente e acionista de referência da MGM China, que resultou de uma parceria entre a empresária e a norte-americana MGM Resorts para explorar casinos em Macau.
“No passado, a estrutura montada não era propícia a uma gestão eficiente e é por isso que temos de estar preparados”, afirmou, ela que, em janeiro, anunciou uma aliança com a Fundação Henry Fok para garantir o controlo da SJM Holdings Ltd e da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM).
Segundo os analistas, em causa está a luta pelo poder por aquele que é o maior império do jogo em Macau, criado por Stanley Ho que, até ao final de 2001, beneficiou do facto de deter o monopólio da concessão dos casinos no território. Em 2018, a irmã e parceira de negócios de Pansy Ho passou a ocupar a presidência da SJM Holdings, na qual também pontua a quarta mulher de Stanley Ho, Ângela Leong, diretora executiva, e importante acionista individual, mas que poderá ver reduzida no futuro a sua influência na gestão da empresa.
“Vamos entrar num processo de voltar a licitar nos próximos dois a três anos e é por isso que é mais crítico agora que a empresa tenha uma direção certa e uma estratégia bem definida para o futuro”, sublinhou.
A origem do capital e a nacionalidade dos investidores não é para Pansy Ho um potencial problema a considerar: “Se [os candidatos] responderem aos critérios e às exigências, acredito que não haverá uma deliberada exclusão”, sustentou. A empresária defende que o Governo não deve ficar preso a um eventual número de licenças a atribuir, mas ser capaz de definir o caminho e de exigir a prestação de contas aos concessionários. Depois, explicou, “todos os que se chegarem à frente têm de demonstrar que são capazes de trazer “algo extra a Macau”.
Pansy Ho disse acreditar que, do ponto de vista do mercado, os concessionários têm menos de cinco anos para responder a uma segunda fase de diversificação e defendeu que os atuais devem manter-se, pela experiência que acumularam, pelo que investiram e para acautelar qualquer mudança abrupta na indústria do jogo em Macau.
Em maio, o Governo de Macau avisou que as futuras concessionárias do jogo vão ser obrigadas a promover outras indústrias e a assumir mais responsabilidades sociais, algo que ficará plasmado nas exigências do concurso público em 2022. Capital mundial do jogo, Macau é o único local na China onde o jogo em casino é legal. Atualmente, operam no território seis concessionárias e subconcessionárias: Sociedade de Jogos de Macau, fundada pelo magnata Stanley Ho, Galaxy, Sands, Melco Resorts, Wynn e MGM.
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