Emitir nova dívida nunca foi tão barato. Taxa média de Portugal cai para 1,4%
Custo médio da nova dívida pública portuguesa atingiu um novo mínimo histórico. Entre janeiro e junho, a taxa atingiu 1,4%, com os juros a renovarem recordes.
Portugal nunca se financiou a um custo tão baixo. No primeiro semestre do ano, a taxa média para a emissão de nova dívida nos mercados foi de apenas 1,4%. Este é um novo mínimo histórico e é o culminar da tendência de redução dos juros em mercado primário e secundário nos últimos meses.
A taxa de juro média paga por Portugal em novas emissões de Bilhetes do Tesouro (BT), Obrigações do Tesouro (OT) e Obrigações MTN situou-se em 1,4%, graças condições externas favoráveis dos mercados financeiros, segundo revela o boletim mensal da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP).
O valor fica abaixo da taxa de 1,8% registada ao longo de 2018 e já é menos de um terço da taxa média de 5,8% paga por Portugal no pico da crise, em 2011. Os juros têm vindo gradualmente a cair desde esse ano, em que Portugal pediu o resgate financeiro.
As novas emissões seguiram a tendência do custo da dívida portuguesa em mercado secundário. A yield das obrigações a dez anos tocou o mínimo histórico de 0,28% no mês passado, reforçando a quebra a que se tem assistido desde que as principais agências de rating passaram a ver Portugal como investimento de qualidade. Esta terça-feira, estes títulos negociam em 0,46%.
Custo médio da dívida dá novo tombo
“Os upgrades por agências de rating tiveram um impacto significativo na inclusão em índices relevantes”, afirmou a presidente do IGCP, Cristina Casalinho, no mês passado, no Parlamento. “Os fundos com caráter especulativo afastaram-se de Portugal. Todas as geografias aumentaram posições, à exceção dos EUA que é o contraponto do desinvestimento por parte de hedge funds“.
Além do reforço da confiança dos investidores no país, tem sido a rede de segurança do Banco Central Europeu (BCE) a causar uma queda generalizada nos custos de financiamento dos países da Zona Euro. A expectativa é que a instituição liderada por Mario Draghi anuncie proximamente novas medidas de estímulos à economia.
“Enquanto o BCE tiver fome para corrigir o desvio em relação à chave de capital, vamos acreditar que este padrão irá manter-se, sem grandes implicações no mercado português“, acrescentou a presidente do IGCP.
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