Europa sobe à espera de Draghi. BCP e papeleiras penalizam Lisboa
As ações europeias abriram em alta com os resultados positivos das empresas e no dia em que se espera que o BCE sinalize uma descida dos juros. Em Lisboa, a bolsa está sob pressão.
A bolsa portuguesa está sob pressão num dia em que a generalidade das praças europeias valoriza. Os investidores estão a reagir aos resultados positivos divulgados por várias empresas europeias, enquanto aguardam pela apresentação de mais contas semestrais e pela reunião de política monetária do BCE, que se realiza esta quinta-feira, na qual se espera que o banco central sinalize um corte nos juros em setembro para estimular a economia.
Neste contexto, os principais índices europeus registam ganhos e o Stoxx 600 valoriza 0,4%. Mas, em Lisboa, o português PSI-20 segue pouco alterado, nos 5.201,02 pontos, um recuo de 0,04%. O desempenho da bolsa nacional está a ser muito condicionado por quedas nas ações das empresas da banca, do papel, de energia elétrica e dos correios.
O BCP está a pressionar o índice nacional com uma queda de 0,49%, para 26,32 cêntimos. Mas é o setor papeleiro o que mais se destaca, e pela negativa. A queda de mais de 20% nos lucros do semestre da Navigator, que se fixaram em 94,9 milhões de euros, estão a levar as ações da papeleira a um deslize de 1,71%, para 3,22 euros. A Altri acompanha a tendência, caindo 0,97%, para 6,11 euros.
Já os CTT deverão apresentar contas semestrais esta quinta-feira, após o fecho dos mercados de capitais. Mas os investidores estão pouco otimistas. A venda de ações dos CTT está a pressionar os títulos da empresa de correios em 0,58%, para 2,04 euros.
Nota ainda para a EDP Renováveis. Apesar de os lucros semestrais terem mais do que duplicado no semestre, a empresa revelou esta semana ter aumentado a dívida em 668 milhões de euros, para 3,7 mil milhões de euros. Face a isto, os investidores estão a penalizar a companhia na bolsa: as ações chegaram a cair 2,90% no arranque da sessão, mas aliviaram as perdas e estão a cair 0,11%.
No sentido inverso, a Galp Energia está a travar as perdas no principal índice bolsista português. A petrolífera avança 0,18%, para 14,195 euros por ação, num contexto de valorização do petróleo nos mercados internacionais. Em Londres, o preço do barril de Brent, referência para as importações nacionais, sobe 0,40%, para 63,43 dólares.
Alargando o espetro ao PSI Geral, os holofotes incidem sobre as ações da Impresa. O grupo que detém o canal SIC e o jornal Expresso chegaram a subir mais de 7% no arranque da sessão, estando agora a valorizar 5,26%, para 26 cêntimos, depois da publicação de resultados considerados “históricos” pelo CEO do grupo de media. Entre eles, lucros de 3,5 milhões de euros, mais um milhão do que há um ano.
(Notícia atualizada às 8h53 com mais informações)
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