Lucro da Facebook cai 50% para 2,6 mil milhões de dólares
Mark Zuckerberg, prometeu na quarta-feira que a Libra, a moeda digital que pretende lançar, vai ser “segura, estável e bem regulada”, procurando tranquilizar os reguladores do mundo inteiro.
A Facebook anunciou esta quarta-feira uma descida de 50% dos seus lucros no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, para os 2,6 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros).
A responsabilidade por esta descida foi atribuída à multa recorde de cinco mil milhões de dólares infligida pelas autoridades federais norte-americanas. A empresa da rede social homónima já tinha constituído uma provisão de três mil milhões de dólares à espera desta multa, anunciando que o montante total poderia atingir os cinco mil milhões.
O volume de negócios trimestral atingiu os 16,7 mil milhões de dólares, acima dos que os analistas esperavam.
A ação da Facebook progredia 3,34% nas trocas eletrónicas, depois do fecho da praça nova-iorquina.
Zuckerberg promete que moeda da Facebook vai ser segura
O dirigente da Facebook, Mark Zuckerberg, prometeu na quarta-feira que a Libra, a moeda digital que pretende lançar, vai ser “segura, estável e bem regulada”, procurando tranquilizar os reguladores do mundo inteiro.
Perante a desconfiança que o projeto tem suscitado, desde a sua apresentação há alguns meses a cerca de 30 parceiros, Mark Zuckerberg insistiu na nova abordagem da Facebook, que diz pretender transparente. “A nossa forma de abordar a Libra – como outros temas sociais importantes, à semelhança da codificação dos dados ou a regulação dos conteúdos, que compreendemos serem temas sensíveis – tem sido a de um diálogo aberto”, insistiu o fundador da Facebook, durante uma conferência telefónica com analistas financeiros.
“A Facebook de há alguns anos teria, sem dúvida, lançado o produto sozinha, mas agora a nossa abordagem, em todas as frentes, consiste em expor as nossas ideias e os valores que um serviço potencial deve ter e dedicar o tempo que for preciso para responder às questões dos reguladores, dos peritos e dos utilizadores e determinar qual a melhor maneira de avançar”, sublinhou, antes de acrescentar: “É esta a nossa intenção em relação à Libra”.
A Facebook de há alguns anos teria, sem dúvida, lançado o produto sozinha, mas agora a nossa abordagem, em todas as frentes, consiste em expor as nossas ideias e os valores que um serviço potencial deve ter e dedicar o tempo que for preciso para responder às questões dos reguladores, dos peritos e dos utilizadores e determinar qual a melhor maneira de avançar.
Zuckerberg explicou que está à espera de numerosas questões sobre um domínio tão regulado como as moedas e as transações financeiras. De facto, as reações têm sido de inquietação, mesmo claramente hostis.
Na última reunião dos ministros das Finanças e banqueiros centrais do grupo das sete economias mais industrializadas, o designado G7, em Chantilly, França, o tema foi discutido e os participantes alertaram para os riscos que projetos de cripto-moedas, como o da Libra, representam para o sistema financeiro internacional.
Muito crítico, desde o anúncio do projeto, o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, afirmou, por ocasião desta reunião, em 18 de julho, que “todos os membros do G7 manifestaram fortes inquietações com este projeto Libra”.
Ao anunciar, em meados de junho, a criação desta moeda digital que representa um modo de pagamento alternativo aos circuitos bancários tradicionais, a Facebook quer alterar o sistema financeiro mundial, ao permitir às pessoas que estão privadas do acesso a serviços bancários a possibilidade de transferir dinheiro e aceder a alguns serviços e produtos na internet.
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