Guerra comercial penaliza Europa. Lisboa bate mínimos de janeiro
O escalar da guerra comercial entre os EUA e a China levou a uma maré vermelha nas bolsas. Lisboa não escapou às perdas e segue a perder mais de 1%, batendo mínimos de janeiro.
A Europa está pintada de vermelho e Lisboa não é exceção. As tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo estão a ter repercussões nas restantes bolsas, levando os índices a perdas acentuadas. O PSI-20 está a desvalorizar mais de 1%, com a maioria das cotadas no vermelho, principalmente a Galp Energia e o BCP.
A guerra comercial continua a mexer com o mundo e, claro, com os mercados. Depois de Donald Trump ter decidido aplicar novas tarifas a produtos importados da China, Pequim decidiu retaliar e reduzir as importações de produtos agrícolas provenientes dos Estados Unidos, contrariando as intenções iniciais de as aumentar. Os efeitos não demoraram a ser sentidos, começando pela desvalorização da moeda chinesa — yuan.
Arrastadas foram, claro, as bolsas asiáticas e ainda as bolsas europeias. O Stoxx-600 está a cair 1,49% para 3.325,85 pontos, tocando mínimos de dois meses. O espanhol Ibex-35 perde 1,23%, enquanto o francês CAC-40 recua 1,85%. Incluída está Lisboa, que não conseguiu escapar às perdas.
“As bolsas abrem em baixa, com o acentuar das tensões comerciais entre os EUA e a China”, diz Carla Maia Santos, Sales Team Leader da XTB, citada pela Reuters. “Os ativos de refúgio disparam, como o iene [moeda japonesa], o franco suíço e o ouro. Por outro lado, as bolsas entram em sell off“.
Lisboa perde mais de 1% com maioria das cotadas no vermelho
O PSI-20 abriu a desvalorizar cerca de 0,6%, mas depressa agravou as perdas. O índice segue a recuar 1,13% para 4.848 pontos, batendo mínimos de 3 de janeiro e caminhando para a segunda sessão consecutiva de perdas. De entre as 18 cotadas nacionais, a maioria está a cotar no vermelho, muitas delas a serem diretamente penalizadas pelo desempenho do mercado chinês.
A pressionar Lisboa estão as ações da Galp Energia, que estão a desvalorizar 1,82% para 13,205 euros, numa altura em que o preço do barril de petróleo está em queda nos mercados internacionais. O Brent está a cair 1,24% para 61,12 dólares, enquanto o WTI está a perder 1,4% para 54,86 dólares.
Ainda no setor energético, a EDP abriu a subir, mas segue agora a perder 0,39% para 3,31 euros, enquanto a EDP Renováveis se mantém inalterada.
Destaque ainda para os títulos do BCP que perdem 1,53% para 0,2188 euros, caminhando para a nona sessão consecutiva de perdas. “As ações do banco foram fundamentalmente condicionadas pelo comportamento do setor na Europa”, lê-se na nota diária do Caixabank BPI.
No setor do retalho, a Jerónimo Martins está a perder 1,31% para 13,985 euros, enquanto a Sonae recua 1,34% para 0,813 euros.
No vermelho estão também as papeleiras, com destaque para a Altri, cujos títulos desvalorizam 1,37% para 5,41 euros e para a Navigator, cujas ações perdem 1,31% para 2,86 euros. “A China é um dos maiores compradores de pasta de papel a nível mundial. Esta guerra [comercial] pressiona as empresas do setor do papel, como a Altri e a Navigator”, diz Carla Maia Santos, Sales Team Leader da XTB, citada pela Reuters.
Por outro lado, a impedir quedas mais expressivas do índice nacional está a REN, que soma 0,2% para 2,485 euros, enquanto a maior subida da sessão está a ser da Ibersol, cujas ações valorizam 1,24% para 8,16 euros.
(Notícia atualizada às 10h50 com mais informação)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Guerra comercial penaliza Europa. Lisboa bate mínimos de janeiro
{{ noCommentsLabel }}