Tarifas continuam a pesar nas bolsas. Wall Street arranca em queda

  • ECO
  • 2 Agosto 2019

Troca de ameaças entre Washington e Pequim continua a passar pesada fatura aos mercados bolsistas. Além da Europa, também os Estados Unidos estão em queda.

O pessimismo que se instalou esta quinta-feira nos mercados depois de Donald Trump ter anunciado a imposição de tarifas de 10% a todos os bens e produtos chineses ainda não taxados continua a pairar sobre as principais praças norte-americanas. Tal como as bolsas europeias, também Wall Street está em queda.

O índice tecnológico Nasdaq desvalorizou 0,64%, para 8.059,51 pontos logo nos primeiros minutos de negociação, com o S&P 500 a perder 0,35% e o Dow Jones 0,27%, respetivamente para 2.943,32 pontos e 26.512,81 pontos.

O presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, anunciou esta quinta-feira a imposição de novas tarifas a produtos chineses a partir de 1 de setembro. Desta feita o alvo são “os restantes 300 mil milhões de dólares de bens e produtos que vêm da China para o nosso país”. Esta tarifa soma-se à taxa de 25% já aplicada pelos EUA a importações da China avaliadas em mais de 250 mil milhões de dólares.

Com esta decisão, as alfândegas norte-americanas passam a cobrar taxas sobre todos os produtos oriundos da China, abalando ainda mais as cadeias de distribuição globais.

Apesar da postura agressiva de Donald Trump, e depois de inicialmente os mercados terem reagido muito negativamente a este tipo de políticas, os investidores começam a ver os anúncios de novas tarifas como uma manobra negocial para forçar um entendimento com Pequim até setembro, sobretudo porque o lado chinês foi rápido a contra-atacar Trump, desde logo ameaçando cancelar a próxima ronda negocial, prevista para setembro.

Mas mesmo a hipótese de se tratar tudo de meras ameaças e manobras negociais, certo é que as bolsas europeias estão a ser fortemente contagiadas esta sexta-feira pelo pessimismo perante as posturas crescentemente agressivas dos EUA e, por arrasto, da China.

Se Trump avançar com as taxas, a China “vai ter de tomar as contramedidas necessárias”, disse um porta-voz do ministério do Comércio da China. “Todas as consequências serão suportadas pelos EUA”, acrescentou. A China tem ameaçado com medidas “qualitativas” não especificadas, já que não consegue mais retaliar com taxas alfandegárias, devido a ter um largo superavit no comércio com os EUA.

As alfandegas chinesas poderão, por exemplo, dificultar o desembarque de produtos norte-americanos no país, alegando questões sanitárias, ou aumentar os entraves burocráticos a empresas dos EUA que operam no país. O ministério chinês dos Negócios Estrangeiros também sugeriu que a ameaça de Trump pode anular os planos para uma segunda ronda de negociações, em Washington, no próximo mês.

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