Novo Banco tem mais três grandes devedores em incumprimento. Perda total chega aos 4.150 milhões de euros
Banco de Portugal atualizou a lista de grandes devedores em incumprimento no Novo Banco. Eram 36 os grupos económicos em falta no final de 2018, mais três do que a meio desse ano.
O Novo Banco terminou 2018 com 36 grandes devedores em situação de incumprimento, mais três do que registava a meio desse ano. Todos estes grandes devedores tinham gerado uma perda de 4.150 milhões de euros ao banco liderado por António Ramalho no final do ano passado.
Este número foi atualizado esta terça-feira pelo Banco de Portugal, tendo por referência a data de 31 de dezembro de 2018. O supervisor bancário estava obrigado a fazer esta atualização devido à lei dos grandes devedores aprovada pelo Parlamento em fevereiro e que determina que sejam conhecidas as grandes posições financeiras em situação de incumprimento num banco sempre que este recorra a um fundo público. Foi o caso do Novo Banco que, por causa dos prejuízos de 2018, pediu uma compensação financeira ao Fundo de Resolução no âmbito do mecanismo de capital contingente.
Na anterior lista divulgada pelo Banco de Portugal, referente a 30 de junho de 2018, eram 33 os grandes grupos económicos cujas dívidas ao Novo Banco eram superiores a 43,3 milhões de euros e estavam em default. Nesse momento, estes grandes devedores geravam uma perda real de 3.542 milhões de euros.
Seis meses volvidos, a lista aumentou: são agora 36 os grupos económicos em incumprimento perante o Novo Banco, representando uma perda real de 4.150 milhões.
Há quatro novos grandes devedores
Na verdade, são quatro “novos” grupos económicos que são agora incluídos na lista dos grandes incumprimentos no Novo Banco e que apresentam os seguintes códigos: “131”, “132”, “133” e “134” — não são revelados os nomes dos clientes, embora alguns partidos quisessem que estes fossem divulgados.
É possível perceber que o mais problemático destes “novos” devedores foi cliente número “132”. Este grupo económico pediu 46 milhões de euros ao Novo Banco, mas reembolsou apenas um milhão de euros, com o banco a ter de absorver uma perda de 45 milhões. A 31 de dezembro de 2018, o Novo Banco já não tinha qualquer exposição a este cliente.
Em relação aos clientes “133” e “134”, o Novo Banco tinha exposições superiores a 100 milhões de euros e, à data de 31 de dezembro de 2018, apenas o devedor “133” tinha gerado uma perda de um milhão de euros.
Em contrapartida, há um grande devedor que deixou de figurar nesta lista: é o cliente “104”, cuja exposição a 30 de junho já era de 13 milhões, ou seja, abaixo do limiar de 43,3 milhões de euros que é o critério de elegibilidade no caso do Novo Banco.
Desta lista de 36 grandes devedores, o maior deles continua a ser o cliente “130”, que gerou uma perda de 2,9 mil milhões de euros ao Novo Banco. Já se sabia a identidade deste grande devedor: o BES Angola. Os dados agora revelados pelo Banco de Portugal mostram que o Novo Banco conseguiu recuperar 170 milhões de euros desta exposição durante a segunda metade do ano.
(Notícia atualizada às 19h11)
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