Drones e aviões autónomos vão criar 150 mil empregos, diz Oliver Wyman
O futuro do mercado aeronáutico passa pelo reforço dos serviços fornecidos por drones e aviões autónomos, diz a consultora Oliver Wyman. Essa revolução criará 150 mil empregos.
À boleia da expansão dos serviços proporcionados por aviões autónomos e drones, o setor aeronáutico deverá sofrer uma reforma profunda, que ficará marcada pela criação de 150 mil novos postos de trabalho. Esta previsão é da consultora Oliver Wyman, que é citada, esta quarta-feira, pelo espanhol Cinco Días.
De acordo com a consultora, em 2050, os serviços fornecidos por drones e aviões autónomos já deverão representar 10% do mercado aeronáutico, tendo então o setor capacidade de gerar 15 mil milhões de euros por ano e 150 mil novos empregos.
O primeiro passo nessa direção já está dado, com a Uber a disponibilizar um serviço de táxis voadores em Nova Iorque, desde julho deste ano. No total, há 50 protótipos deste tipo de viaturas em todo o mundo, incluindo não só o modelo usado pela Uber, mas também aqueles que estão a ser desenvolvidos pela Microsoft e pela Apple — que também querem estender esse tipo de transporte à vida urbana.
Em paralelo ao desenvolvimento tecnológico, as empresas estão agora a tentar perceber os contornos regulatórios deste novo mercado. “A necessidade de regulação decorre do facto da tecnologia dos drones continuar a ter problemas, sendo o mais relevante o tamanho e o peso do equipamento”, avisa a Oliver Wyman, referindo que, atualmente, o uso de drones nas cidades ainda enfrenta algumas restrições.
Por outro lado, as falhas nos equipamentos ainda são demasiado frequentes para que seja viável avançar com um serviço mais complexo, determina a consultora. Por exemplo, a regulação atual exige que os pilotos tenham, durante toda a viagem, uma visão completa do espaço aéreo, de modo a evitar colisões inesperadas, o que não poderia ser concretizado no caso dos aviões autónomos.
O relatório da consultora citada pelo Cinco Días alerta ainda para os riscos de ciberterrorismo, já que, tal como qualquer dispositivo digital, os sistemas de controlo de um avião autónomo e de um drone podem ser vulneráveis a ataques de piratas informáticos.
Em Portugal e não especificamente ligado a este setor, um estudo conduzido pela McKinsey e pela Confederação Empresarial Portuguesa (CIP) apontava para a eliminação de 1,1 milhões de empregos, até 2030, face à automatização e robotização dos processos produtivos. Em compensação, deverão ser criados 600 mil empregos, sublinhava o mesmo relatório, referindo, ainda assim, uma destruição líquida de postos de trabalho considerável.
No mesmo sentido, embora a consultora Oliver Wyman indique que serão criados 150 mil empregos em resultado do reforço dos serviços fornecidos por drones e aviões autónomos, fica por saber quantos postos de trabalho serão entretanto eliminados por esse mesmo motivo.
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