IRGAwards são entregues a 19 de setembro, no Convento do Beato, em Lisboa. Distinguem as boas práticas no desenvolvimento do mercado de capitais em Portugal.
Falta pouco para a hora marcada e os membros do júri sentam-se na sala da Deloitte, em Lisboa, onde decorre uma das últimas reuniões. O trabalho dos últimos meses da escolha dos vencedores dos IRGAwards 2019 está em cima da mesa. É preciso decidir quem vence todas as sete categorias e, para isso, Vítor Bento, presidente do júri, está bem acompanhado. Além dele, na mesa estão António Gomes Mota, António Saraiva, Clara Raposo, Duarte Pitta Ferraz, Esmeralda Dourado, João Moreira Rato, Luís Amado, Nuno Fernandes e Patrícia Teixeira Lopes.
“O processo não é necessariamente longo no sentido de ser exaustivo, é longo no sentido de ser distribuído por fases. Uma das coisas que demora algum tempo, e isso depende da entidade organizadora, é definir a data da entrega dos prémios, e isso é uma âncora do calendário”, explica Vítor Bento sobre o caminho que vai do trabalho de recolha e escolha dos nomeados até ao anúncio dos vencedores deste ano, marcado para 19 de setembro no Convento do Beato, na capital portuguesa.
Criados nos anos 80, os Investor Relations & Governance Awards (IRGAwards) são atualmente dos prémios mais relevantes no panorama empresarial português. Ao longo dos anos, o prémio distinguiu entidades e personalidades distinguidas pela excelência da sua atuação, cumprindo assim esta iniciativa o seu propósito de reconhecer a excelência e a transparência na relação com os investidores.
“Os prémios são individuais, pessoais. São os atores da empresa que estão em causa. E, por isso, a criação de valor é importante — as empresas existem para criar valor e um ator pode ser muito bom noutras coisas mas se não criar valor não é um bom exemplo a seguir”, assinala o presidente do júri. Além da criação de valor, a transparência com que a função de direção é exercida é outro dos pilares onde assenta a escolha dos vencedores. “O que se procura julgar é a relação com os investidores. Numa relação em mercado de capitais há dois lados — os fornecedores e os tomadores de fundos –, e o que procuramos são as boas práticas nesta relação, posta do lado de quem toma os fundos. Não se julga o melhor CEO de sempre, mas durante este ano, na relação com os investidores”, detalha Vítor Bento.
As empresas existem para criar valor e um ator pode ser muito bom noutras coisas mas se não criar valor não é um bom exemplo a seguir.
Desde o momento em que se decidem, primeiro as categorias e depois dos finalistas em cada um dos parâmetros, até ao dia de entrega dos prémios, o processo prolonga-se por vários meses e exige alguns encontros. “Já há uma certa rotina nas decisões, o que significa que mesmo os elementos mais emocionais que possam existir no processo já estão muito tratados, muito contidos”, explica o presidente do júri sobre a tomada de decisão.
No caso particular de 2019, os IRGAwards têm como objetivo debater o tema da liderança sinfónica (“The Symphonic Leadership”), “ao criar um paralelismo entre os desafios de um líder empresarial na condução de uma equipa e os desafios de um maestro na direção de uma orquestra”, explica a organização.
Depois de alinhados os candidatos elegíveis, é altura da intervenção do colégio eleitoral composto por várias centenas de elementos, que compreende o top management e o top executive das empresas, mais os intervenientes do mercado dos dois lados das transações, que através de voto eletrónico votam nos vários candidatos. “É esse voto que estabelece uma primeira hierarquia dos candidatos e, dessa primeira hierarquia, o júri faz com que uma linha divisória da shortlist”, explica Vítor Bento. O número de finalistas depende, no final das contas, do total e do afastamento que há entre si. “Em geral, a shortlist, conta com entre três e cinco elementos. (…) Muitas vezes a decisão é photo finishing, no sentido em que a diferença entre o escolhido e os não escolhidos não é muito grande mas… tem de escolher-se um”, analisa.
Prémios e (futuros) premiados
Entre os nomeados para os três prémios principais estão, na categoria de “CEO em investor relations“, António Mexia (EDP), António Rios de Amorim (Corticeira Amorim), Carlos Gomes da Silva (Galp Energia), Miguel Maya (Banco Comercial Português) e Pedro Soares dos Santos (Jerónimo Martins). Por outro lado, na categoria de “CFO em investor relations“, Cristina Rios de Amorim (Corticeira Amorim), Filipe Crisóstomo Silva (Galp Energia), João Manso Neto (EDP Renováveis), Miguel Bragança (Banco Comercial Português) e Miguel Stilwell d’Andrade (EDP) fazem parte da lista dos finalistas. Quanto à terceira categoria principal, que vai distinguir o melhor “Investor relations officer” do ano, os nomeados e finalistas são Ana Negrais de Matos (Corticeira Amorim), Cláudia Falcão (Jerónimo Martins), Miguel Viana (EDP) e Rui Coimbra (Banco Comercial Português).
Além das três categorias principais — que perduram praticamente desde o lançamento do prémio –, este ano o júri avaliou os nomeados noutros quatro rankings, atribuídas após uma deliberação direta. Entre as distinções destas quatro categorias estão o prémio de “Market Development Award“, que visa distinguir uma iniciativa com impacto significativo no desenvolvimento do mercado de capitais, o “Transformation Award“, que elege um projeto de excelência na transformação das atividades ou do negócio das empresas, o “Governance Initiative Award“, que reconhece uma iniciativa que tenha contribuído significativamente para a melhoria das condições do governo societário ou do mercado e, finalmente, a categoria de “Lifetime Achievement Award“, que distingue uma personalidade cuja carreira tenha tido impacto significativo no desenvolvimento do mercado de capitais, particularmente no seu aprofundamento ou na melhoria da sua eficiência, transparência, e responsabilidade e utilidade sociais, na melhoria da relação entre as empresas e os investidores, ou na melhoria do governo societário ou do mercado.
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