CMVM quer combater afastamento de auditores de contas que destacam fragilidades
A CMVM pretende combater o comportamento das empresas relativamente ao desfavorecimento ou afastamento dos auditores e exige mais transparência aferição da idoneidade dos auditores de contas.
A presidente da CMVM, Gabriela Figueiredo Dias, apelou esta quinta-feira ao combate a comportamentos das empresas de desfavorecimento ou afastamento dos auditores que destacam fragilidades ou irregularidades nos seus relatórios finais ou na interação com a empresa.
Na abertura do XIII Congresso dos ROC – revisores oficiais de contas, em Lisboa, a presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) disse que, relativamente às empresas, “é fundamental combater comportamentos de desfavorecimento ou afastamento” dos auditores que destacam, na sua interação com a empresa ou nos seus relatórios finais, fragilidades ou irregularidades, através, por exemplo, da inclusão de ênfases ou reservas.
E admitiu: “Sabemos, sem surpresa, mas com grande preocupação, que esta é uma tendência real, que agrava os riscos de dependência económica e de menor objetividade, reduz a qualidade da auditoria e subverte o propósito de geração de confiança e criação de valor da função dos auditores”.
Ainda este ano, a CMVM tem como prioridade, segundo disse a presidente, conseguir um modelo “mais robusto, consistente, transparente e eficiente” de aferição da idoneidade dos auditores de contas, embora Gabriela Figueiredo Dias tenha admitido tratar-se de um “caminho relevante a percorrer”.
Os quase quatro anos de controlo de qualidade exercido pela CMVM sobre auditores de entidades de interesse público (EIP) e a supervisão da CMVM sobre o controlo de qualidade exercido pela OROC sobre os restantes auditores permitem, segundo a presidente da CMVM, concluir que “há ainda um caminho relevante a percorrer” em Portugal para “elevar a qualidade” da auditoria a “patamares superiores que todos desejamos”.
Também na abertura do encontro, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça, expressou reconhecimento pelo papel da atividade profissional do revisor de contas e enalteceu o interesse de todos, mas sobretudo da sociedade, na prestação de contas.
Na opinião do governante, a crise financeira internacional motivou uma reflexão e criou uma oportunidade para que as regras de auditoria fossem alteradas para mais transparência, maior rigor no reporte financeiro, recuperação da confiança e captação de investidores.
“O vosso trabalho é o garante de transparência empresarial e de uma economia mais capaz de atrair investimento”, disse António Mendonça, dirigindo-se a uma plateia com mais de uma centena de ROC.
O Bastonário da Ordem dos ROC, José Rodrigues de Jesus, terminou o seu discurso de abertura do encontro citando o manual das normas de auditoria: “Em ambiente onde a profissão é muito respeitada ou em que lhe é conferida autoridade apropriada, através dos mecanismos relevantes, será mais fácil aos auditores demonstrarem ceticismo profissional e fazerem auditorias robustas”.
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