Diretores de felicidade, de boas-vindas ou de diversidade. Quem são os novos responsáveis das empresas?

Há muito tempo que as áreas financeira, comercial ou jurídica fazem parte das empresas. Agora, começam a aparecer líderes comprometidos com a felicidade ou com a integração dos colaboradores.

Os temas relacionados com a felicidade, a inclusão ou a diversidade estão já a ampliar os departamentos das empresas. A par do diretor financeiro, diretor comercial ou diretor de marketing, começam a surgir novas áreas para liderar. Muitas delas voltadas para o bem-estar dos colaboradores, o que, na opinião de Madalena Marinho, diretora para a felicidade da Critical Techworks, “reflete a época em que vivemos”.

“As pessoas querem, cada vez mais, sentir que estão a contribuir para algo mais, querem descobrir qual é o seu propósito e sentir que o seu trabalho e a empresa onde trabalham estão alinhados com isso mesmo”, afirma. “Aumentar esse sentimento é uma das melhores maneiras de aumentar o engagement, a performance e a produtividade”, continua a responsável.

Por outro lado, há já quem esteja exclusivamente dedicado aos colaboradores recém-chegados, para que a integração na empresa — e, no caso de estrangeiros, no país — seja bem-sucedida e não levante muitos problemas.

They call me “Diretora para a Felicidade”

Um diretor para a felicidade tem como principal missão assegurar que os colaboradores se sentem felizes por trabalhar e pertencer a determinada empresa. Como? “Criando drivers de felicidade, como a conexão, o reconhecimento, a inspiração, a transparência, a confiança, o desenvolvimento e crescimento individual e a autonomia”, começa por explicar a diretora para a felicidade da Critical Techworks.

Para quem toma conta da felicidade dos colaboradores, não há dias iguais. “Tanto estou a desenvolver uma formação em busca do nosso propósito, como estou a entrevistar convidados para o nosso happy hour (conversas informais sobre felicidade), a trabalhar no nosso livro de cultura empresarial ou a fazer o onboarding das pessoas novas na empresa”, conta Madalena Marinho.

Na opinião da diretora para a felicidade, assumir este cargo requer resiliência, criatividade, perseverança e otimismo, bem como “vivenciar na própria pele esse caminho de construção da felicidade”. Só assim se consegue criar, nos colaboradores, “a consciência de que a felicidade depende da vontade de cada um e que é uma decisão que se toma no dia-a-dia”.

They call me “Líder de Inclusão e Diversidade”

Por inclusão e diversidade entende-se a “construção de equipas diversificadas e de elevado desempenho, motivadas e inovadoras”, a par do “desenvolvimento da cultura empresarial para que todos os colaboradores se sintam valorizados, respeitados e seguros para mostrarem o seu verdadeiro eu”, explica Pedro Freitas, que assume este cargo na Baxter.

Um líder de inclusão e diversidade deve ser capaz de “identificar possíveis problemas ou barreiras no local de trabalho que possam, de alguma forma, afetar esta cultura de inclusão” e, posteriormente, “abordar diferentes áreas e apresentar ideias que possam acelerar a visão de uma cultura inclusiva”. Na Baxter, a estratégia de inclusão passa pela promoção de mulheres em cargos e funções de liderança e pelo apoio dos colaboradores no início de carreira.

Para Pedro Freitas, liderar esta área exige, acima de tudo, que o responsável tenha um interesse natural pelas questões da inclusão e diversidade.

They call me “Welcome & Support Manager”

Andreia Cerqueira é responsável pela área de boas-vindas da Teleperformance, onde o objetivo é acolher e integrar os colaboradores recém-chegados à empresa. “Podemos estar a falar de alojamento, bem como de programas de formação de língua portuguesa, passando, também, por atividades de lazer e, claro, sem esquecer os requisitos legais para trabalhar e viver em Portugal”, explica, acrescentando que há equipas disponíveis 24 horas para dar apoios aos colaboradores, nomeadamente no que diz respeito à documentação necessárias em termos fiscais e de segurança social.

“Começo sempre o dia por avaliar se está tudo assegurado para os colaboradores a integrar nos próximos dias e analisar se há pedidos de apoio que careçam de um maior cuidado (…) para, ao longo do dia, ir fazendo a ponte com as restantes equipas da empresa, triando e resolvendo os pedidos que nos chegam”, conta Andreia Cerqueira.

Para assumir estas funções, a responsável diz que, no fundo, é preciso “ter a capacidade de calçar os sapatos dos outros, aliada a uma boa capacidade de gestão”. “Isto no sentido de perceber e dar respostas às dúvidas e anseios de quem, não só integra uma nova empresa, mas, principalmente, muda de país para o fazer”, remata.

They call me “Employee Support Manager”

As funções de um employee support manager passam por garantir que todos os colaboradores têm ao seu alcance as ferramentas necessárias para se desenvolverem. Na prática, isto significa que este responsável deve ser capaz de possibilitar formações gratuitas aos trabalhadores, bem como programas de progressão de carreira ou até experiências fora do local de trabalho, como workshops, torneiros e eventos sociais, que podem alargar-se, também, às famílias dos colaboradores.

Por outro lado, Vera Oliveira, employee support manager da Teleperformance, afirma que há um gabinete localizado em cada um dos serviços da empresa para, diariamente, “dar suporte na resolução das questões que os colaboradores possam ter relativamente, por exemplo, à marcação de férias, aos seus horários ou às atividades em que estão inscritos”.

Para assumir este cargo é preciso ter um mindset evolutivo, no sentido de repensar e atualizar as estratégias de retenção de talento”, acrescenta Vera Oliveira.

(Pedimos desculpa por, na edição em papel, o nome da diretora para a felicidade da Critical Techworks ter aparecido como Margarida Marinho. O nome correto é, como consta desta publicação, Madalena Marinho)

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