Estrangeiros estão a comprar mais casas. Gastam 60% acima da média
Os não residentes voltaram a aumentar a compra de casas em Portugal em 2018, com franceses e britânicos na linha da frente. Chineses investem quase seis vezes mais que o valor do conjunto do mercado.
Os cidadãos não residentes compraram 8,2% de todos os imóveis vendidos em Portugal em 2018, e pagaram um preço de quase 60% acima da média das transações globais, indicou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Residentes em França e no Reino Unido voltaram a ser os que mais compraram imóveis em Portugal, mas os residentes na China pagaram um preço quase seis vezes superior ao conjunto do mercado.
De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo INE, o número de imóveis comprados por cidadãos não residentes (com residência noutros países, independentemente da nacionalidade) aumentou de 7,7% em 2017 para 8,2% em 2018, correspondendo a 13% do valor total dos imóveis vendidos.
O crescimento não foi tão expressivo, em número e em valor, como o que se verificou em 2017. No entanto, a diferença entre o que estes cidadãos não residentes pagaram pelos imóveis que compraram e o valor médio das transações globais é cada vez maior. Em 2017, os não residentes pagavam em média mais 49% que a média. Em 2018, esta diferença cresceu para 58%.
Assim, enquanto a média do valor dos imóveis no mercado foi de 108 mil euros, o valor pago pelos não residentes foi em média de 171,2 mil euros, o que pode ser explicado pela aquisição de imóveis maiores, mas também em zonas mais caras.
Apesar de os residentes em França e no Reino Unido continuarem a ser os maiores compradores, os cidadãos com residência na China pagaram um preço muito mais elevado, quase seis vezes superior ao conjunto do mercado, diz o INE. O preço médio dos imóveis vendidos a chineses em 2018 foi de 297,2 mil euros. Segundo o INE, um quarto dos imóveis comprados por chineses em 2018 custaram mais de 515 mil euros. Parte destas compras podem estar influenciadas pela necessidade de comprar uma casa que custe pelo menos 500 mil euros para aceder ao regime de vistos gold.
Residentes compram mais no Norte, estrangeiros preferem Lisboa e Algarve
Os dados divulgados esta quarta-feira pelo INE permitem ainda perceber as preferências geográficas dos não residentes e dos cidadãos com residência em Portugal, com o maior número de imóveis a ser vendido no Norte do país, a mesma região que tem um número mais baixo de imóveis vendidos a não residentes que o Centro e o Algarve, por exemplo.
Os cidadãos residentes compraram mais casas no Algarve, 5.700 em 2018, onde gastaram 1,2 mil milhões de euros (cerca de 37% do valor total gasto). Na área metropolitana de Lisboa o número de casas compradas não foi tão grande, mas o valor dessas casas foi superior, com os não residentes a gastar quase 40% do total do valor das compras nesta região.
Destaque ainda para a diferença no preço médio pago por não residentes no Norte e na Área Metropolitana de Lisboa. Enquanto na região Norte, os não residentes pagaram em média 87,3 mil euros por uma casa, em Lisboa esse valor foi de 322,5 mil euros.
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