DBRS prevê desempenho económico “fraco” da Zona Euro até ao final de 2019
A incerteza em torno do Brexit e a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que também afeta a União Europeia, levam a agência de rating a antecipar dificuldades na Zona Euro este ano.
A DBRS prevê que o crescimento económico na Zona Euro “continue fraco” até final do ano, com o setor industrial e o comércio global a serem penalizados pela incerteza em torno do ‘Brexit’ e pelo abrandamento da economia chinesa.
Segundo o relatório macroeconómico para a Europa divulgado esta quarta-feira pela agência de notação financeira, a evolução das exportações da Zona Euro enfrenta “riscos adicionais” relacionados com a possibilidade de um ‘Brexit’ sem acordo e a imposição pelos EUA de tarifas sobre o setor automóvel europeu.
A DBRS reporta ainda uma “deterioração adicional” da produção industrial na Zona Euro, atribuindo esta contração ao declínio da produção na Alemanha, “que está a sofrer os efeitos do enfraquecimento do mercado automóvel global, particularmente no mercado chinês”.
Em quebra continua também a produção industrial em Itália e na Holanda, em parte devido à exposição à Alemanha.
“A Alemanha e a Itália penalizaram, sem dúvida, o crescimento da Zona Euro na primeira metade de 2019. Países com menor exposição ao comércio global, como a França e Espanha, ou os que adotaram estímulos fiscais, como a França e a Holanda, registaram melhores desempenhos”, refere.
Relativamente à atuação do Banco Central Europeu (BCE), a agência de notação considera que a recente decisão de flexibilização da política monetária “deverá beneficiar a economia da Zona Euro, mas não será suficiente para motivar uma aceleração no curto prazo, dado as incertezas externas que prevalecem”.
“A mais longo prazo, uma potencialmente maior expansão fiscal na Zona Euro pode acabar por vir a ter efeitos positivos na perspetiva económica da Zona Euro”, acrescenta.
No Reino Unido, a DBRS continua a destacar o impacto das incertezas ligadas ao ‘Brexit’ que, “somadas a um ambiente económico externo mais enfraquecido, continuarão a penalizar o crescimento da economia britânica até ao final de 2019”.
“Refletindo estas incertezas, o comité de politica monetária do Banco de Inglaterra informou que a resposta monetária ao ‘Brexit’ pode ser em qualquer sentido, sendo que, por enquanto, uma flexibilização da política monetária, combinada com uma política fiscal menos restritiva no futuro, poderão prevenir que a economia entre em recessão técnica, apesar de os riscos permanecerem”, sustenta a agência.
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