BBVA, Santander e Popular retiram casas do balanço
Os bancos aumentam capital da Testa através da transferência de imóveis. A Sociedade Anónima Cotada de Investimento Imobiliário especializada no aluguer, passará a controlar cerca de 9.500 imóveis.
O Santander, o BBVA e, numa escala muito mais reduzida, o Popular encontraram uma forma de libertar os seus balanços alguns imóveis. A solução é usar a sua nova participada conjunta, a Testa Residencial, avança o jornal espanhol Cinco Días.
Esta Sociedade Anónima Cotada de Investimento Imobiliário é uma nova empresa que surge pela fusão, aprovada em setembro, dos ativos da Merlin Properties y Metrovacesa, que deverá aprovar um aumento de capital de 800 milhões em duas semanas, que os bancos subscreveram contribuindo com habitações, revela o jornal com base em três fontes conhecedoras do processo.
Os planos dos bancos passam por transferir cerca de quatro mil imóveis para a Testa, que os destinará ao mercado de aluguer. Tudo aponta para que a operação seja finalizada no fim de dezembro. Presentemente, a fase agora é de due dilligence, para depois ser aprovada pelos acionistas em janeiro.
A decisão destes três bancos de transferirem imóveis prende-se com a necessidade de reduzir a exposição ao crédito malparado, mas também com a circular emitida em outubro pelo Banco de Espanha que pressiona um aumento das provisões devido ao peso do imobiliário. Por outro lado, os bancos podem assim seguir uma estratégia de diversificação, transferindo os diferentes tipos de imóveis para várias empresas que terão um gestor especializado em aluguer que passará controlar cerca de 9.500 imóveis.
Ainda que o valor final possa mudar ligeiramente até ao final do processo de due dilligence, o BBVA é a entidade que contribui com mais ativos para o aumento de capital, com cerca de 400 milhões. Por seu lado, o Santander via transferir ativos no valor de 350 milhões de euros e, finalmente, o Popular só vai destinar imóveis no valor de 20 milhões. Com esta operação, o Santander mantém a sua posição acionista de 45%, mas o BBVA passa de 15 para 35%. Mas algumas das fontes ouvidas pelo Cinco Días admitem que o BBVA poderia praticamente igualar o banco presidido por Ana Patricia Botín quando concluir a avaliação das carteiras propostas pelas entidades. Já o Popular perderá ligeiramente a sua posição para se fixar em 5%.
Com esta operação, o capital da Testa aumentará quase 80%, passando dos atuais 1.050 milhões para mais de 1.800 milhões de euros a partir de janeiro. Para a transação, o Banco de Espanha elegeu a sociedade Valtecnic.
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